Edilson Rodrigues/Agência Senado

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS - 2025 (CPMI - INSS) realiza oitiva de empresário apontado como um dos principais operadores do esquema de desvio de recursos do INSS que deveriam ser pagos a aposentados e pensionistas.
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, prestou depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira (25), mas se recusou a responder às perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegando falta de imparcialidade. Preso preventivamente desde 12 de setembro, Antunes é apontado pela Polícia Federal como operador de um esquema que desviou milhões de aposentadorias e teria movimentado R$ 24,5 milhões em apenas cinco meses.
Durante a sessão, Gaspar apresentou questionamentos e acusações, exibiu fotos do empresário com autoridades e o chamou de “quadrilheiro” responsável pelo maior desvio da história da Previdência. Apesar disso, o depoente permaneceu em silêncio e afirmou que sua prisão se baseia em acusações falsas.
A senadora Eliziane Gama sugeriu acareação entre Antunes e outro investigado, além de propor colaboração premiada, o que foi recusado. O empresário negou envolvimento direto nas fraudes, atribuiu as denúncias a rivalidades comerciais e disse atuar apenas como prestador de serviços.
Bate-boca
A reunião da CPMI chegou a ser suspensa pela manhã, após um bate-boca entre parlamentares e o advogado do depoente. O criminalista Cleber Lopes protestou depois de o relator, deputado Alfredo Gaspar, dizer que o advogado era “pago com dinheiro roubado do povo brasileiro”. Ao retomar a reunião, o presidente da comissão parlamentar mista de inquérito, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu que “todos se manifestassem de forma ordeira, urbana e em respeito ao depoente”.
Ao vivo: CPMI do INSS ouve depoimento do “Careca do INSS” – 25/9/25