Pelo segundo ano consecutivo, peixes ficaram presos em poças secas no leito do Rio da Prata, em Jardim. Em uma ação emergencial, 148 peixes de diferentes espécies foram resgatados por voluntários e levados a áreas mais profundas. A operação, realizada no dia 19 de setembro, contou com o apoio de policiais ambientais, funcionários de uma fazenda e representantes do setor turístico.
“Nosso papel tem sido essencial tanto na autorização das ações de resgate quanto na apuração das causas do problema”, explicou a promotora de Justiça substituta Laura Alves Lagrota, responsável pelo caso.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) decidiu prorrogar por mais um ano o inquérito civil que investiga a seca no Rio da Prata, cuja nascente fica em Jardim, município vizinho de Bonito, um dos principais destinos turísticos do estado.
A investigação, aberta em julho de 2024, busca entender os fatores que estão interferindo no fluxo do rio, incluindo possíveis ações humanas irregulares na cabeceira da nascente. O inquérito já reúne dados da Polícia Militar Ambiental e do Instituto Guarda Mirim Ambiental.
O Instituto, que emitiu alerta em setembro, foi solicitado a avaliar o atual estado do rio em até cinco dias. Se necessário, poderá realocar animais aquáticos isolados para evitar novas mortes.
“Ainda há diligências em andamento, como a verificação do retorno do fluxo hídrico ao normal”, justificou a promotora ao autorizar a extensão do inquérito.
A seca no Rio da Prata faz parte de uma crise hídrica mais ampla, que também afeta outros rios da região, como o Rio Miranda. Segundo especialistas, é preciso investir em soluções estruturais e planejamento sustentável para proteger os ecossistemas locais.
O MPMS reforçou que continuará atuando de forma firme na fiscalização ambiental e no apoio a medidas emergenciais, em parceria com outras instituições e o Conselho do Meio Ambiente, para garantir a gestão adequada da microbacia do Rio da Prata.