A Justiça de Mato Grosso do Sul aceitou a denúncia e tornou réus 21 investigados no esquema de corrupção envolvendo a JBS, com propina de R$ 67,8 milhões durante a gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). A decisão, publicada no último dia 15, ocorre sete anos após a denúncia ser protocolada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os réus enfrentam acusações de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre os réus estão Rodrigo Souza e Silva, filho de Azambuja, o deputado estadual José Roberto Teixeira (PSDB), o conselheiro do Tribunal de Contas, Márcio Campos Monteiro, e o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, além de diversos empresários de Mato Grosso do Sul. A lista inclui também nomes como Elvio Rodrigues, Francisco Carlos Freire de Oliveira, e José Roberto Teixeira, entre outros.
O caso do ex-governador Reinaldo Azambuja será tratado separadamente devido ao foro privilegiado, e será encaminhado ao STJ, pois os crimes têm vínculo com sua atuação no cargo de chefe do Executivo estadual durante dois mandatos consecutivos (2015-2022). O processo foi desmembrado após mudanças no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o foro por prerrogativa de função.
A denúncia aponta que a propina foi paga pela JBS em troca de benefícios fiscais concedidos ao frigorífico instalado no estado. Segundo os documentos, o dinheiro ilícito foi "reinserido" nos bens dos réus por meio de doações de campanha, notas fiscais frias e pagamentos em espécie a intermediários.
As defesas dos réus argumentaram que a acusação não implica em culpabilidade imediata, destacando que ainda terão a oportunidade de apresentar provas de inocência durante o processo. A defesa de alguns réus também contestou a fase processual, enquanto outras tentaram encaminhar o caso ao STJ para uma possível revisão. O processo segue seu curso, com a Justiça analisando as evidências e os desdobramentos das investigações.