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Operação EBDOX

Empresários chineses são alvos de operação contra golpe em Dourados

Ação nacional investiga esquema que causou prejuízos a centenas de vítimas em todo o país

Elaine Oliveira
Capital News

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio da Seção de Investigações Gerais e Núcleo Regional de Inteligência (SIG/NRI) de Dourados, participou nesta quarta-feira (3) da Operação EBDOX, coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e realizada em âmbito nacional.

Ao todo, foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em São Paulo/SP, Guarujá/SP, Boa Vista/RR, Curitiba/PR, Dourados/MS e Entre Rios/BA, além de medidas de sequestro de valores.

Em Dourados, os policiais cumpriram dois mandados de busca, que resultaram na apreensão de notebook, celulares e outros equipamentos eletrônicos.

O golpe da falsa plataforma

As investigações começaram em abril de 2024, após vítimas do Distrito Federal relatarem terem sido atraídas para grupos de WhatsApp administrados por um suposto “doutor em economia” da USP. O golpista oferecia dicas de investimentos e indicava a aplicação em uma plataforma chamada EBDOX, que prometia altos retornos.

No momento da retirada dos valores, as vítimas eram informadas de um bloqueio fictício da Polícia Federal e induzidas a pagar 5% de caução para liberação. Após o pagamento, o dinheiro não era liberado e a plataforma saiu do ar. Apenas uma vítima, de Taguatinga/DF, relatou perdas superiores a R$ 220 mil. Em sites de reclamações, já há mais de 400 queixas contra a falsa corretora.

Esquema internacional

De acordo com a PCDF, o esquema era liderado por indivíduos de nacionalidade chinesa, residentes em São Paulo, que recrutavam brasileiros para administrar os grupos de WhatsApp. Esses intermediários eram monitorados, recebiam instruções em chinês e eram pagos em criptomoedas.

As investigações apontam que uma das empresas ligadas ao grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2023. O dinheiro era lavado por meio de criptomoedas, créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista/RR para a Venezuela.

Os investigados responderão por fraude eletrônica (estelionato), organização criminosa e lavagem de capitais.

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