A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou uma clínica veterinária a pagar mais de R$ 13 mil em indenizações por erro no diagnóstico da cadela de uma tutora. O animal foi tratado inicialmente por “doença do carrapato”, mas na verdade tinha leishmaniose. A cadela morreu meses depois devido a complicações do tratamento errado.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado (TJMS), em setembro de 2020 a tutora contratou um plano de saúde para a cadela. No exame inicial, a leishmaniose foi descartada. Em janeiro de 2021, a cadela apresentou sintomas como dificuldade para andar e perda de apetite. Novos exames foram feitos, mas a leishmaniose continuou sendo negada e o diagnóstico foi para “doença do carrapato”.
Apesar do tratamento, a cadela piorou, precisou passar por cirurgia nas patas traseiras com colocação de placas metálicas. Após meses sem melhora, a tutora buscou uma segunda opinião e então foi confirmada a leishmaniose. O tratamento correto melhorou o quadro geral, mas as lesões nas patas não cicatrizavam e outra cirurgia foi necessária. Durante essa operação, o animal sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
A clínica alegou que usou os melhores recursos e que a morte foi resultado de complicações cirúrgicas e da condição do animal. Porém, o laudo pericial apontou falha no diagnóstico precoce, uso inadequado das placas metálicas e falta de cuidados no pós-operatório, tanto da clínica quanto da tutora.
Na sentença, o juiz Plácido de Souza Neto reconheceu culpa compartilhada e fixou a indenização em R$ 8.796,81 por danos materiais e R$ 5 mil por danos morais. “O dano moral é evidente, devido à angústia e sofrimento causados pela falha da clínica no tratamento do animal”, destacou o magistrado.