O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válidas as novas provas apresentadas contra o contraventor Rogério de Andrade, apontado como mandante do assassinato de Fernando Iggnácio, ocorrido em 10 de novembro de 2020. Com isso, o bicheiro continuará preso em um presídio federal em Mato Grosso do Sul.
As evidências foram reunidas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e consideradas suficientes pelo ministro Nunes Marques, relator do caso no STF. Segundo ele, os novos elementos justificam o prosseguimento da ação penal.
“O STF autorizava o oferecimento de nova denúncia caso surgissem novos elementos de prova — o que, segundo o ministro, foi efetivamente demonstrado pelo MPRJ”, destacou Nunes Marques na decisão que rejeitou o pedido da defesa de Rogério para trancar a ação.
Fernando Iggnácio, que era genro de Castor de Andrade — histórico chefe do jogo do bicho no Rio de Janeiro — foi morto a tiros de fuzil AK-47 no heliporto do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense, quando retornava de Angra dos Reis. Um dos disparos o atingiu na cabeça.
A nova denúncia, acolhida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri da Capital, também resultou na manutenção dos mandados de prisão contra Gilmar Eneas Lisboa, apontado como responsável por monitorar a rotina da vítima.
De acordo com o MPRJ, o crime foi executado por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz (conhecido como “Farofa”), Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro e Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro. Os quatro teriam invadido um terreno vizinho ao heliporto, por volta das 9h do dia do crime, e aguardado o momento do desembarque da vítima, armados com fuzis.
O crime é investigado como parte de uma disputa de poder dentro do esquema do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Rogério de Andrade, também sobrinho de Castor de Andrade, teria mandado executar Fernando para assumir o controle do território que era da vítima.