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Meio Ambiente Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008, 19:33 - A | A

Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008, 19h:33 - A | A

Lula evita culpar soja e gado pelo desmatamento na Amazônia

Folha on line

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que, por enquanto, não é possível atribuir as causas do desmatamento ao plantio de soja nem à produção de gado na Amazônia. Lula fez o comentário durante almoço no Itamaraty em homenagem ao presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta.

Segundo interlocutores, Lula demonstrou preocupação com o tema, mas indicou que é necessário ter cautela. "Não dá para ficar culpando a soja nem a pecuária [por causa do aumento do desmatamento na região Amazônica]. Tem de se avaliar", teria dito Lula, de acordo com alguns dos presentes ao almoço.

Na semana em que o governo anunciou o aumento da derrubada de árvores na região da Amazônia, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura) divergiram publicamente sobre as eventuais causas do desmatamento.

Para Marina, o aumento do plantio de soja e da produção de gado em áreas preservadas contribuiu para o desmatamento. Já Stephanes discordou da colega, informando que o plantio e a produção seguiam regras que eram obedecidas.

No almoço hoje, o presidente evitou entrar na polêmica, segundo interlocutores. Mas confirmou, segundo interlocutores, a informação publicada hoje na Folha que pediu um levantamento detalhado à Polícia Federal e aos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura sobre os números referentes ao desmatamento na Amazônia.

De acordo com alguns dos presentes, Lula reclamou do que chamou de "alarde" exagerado sobre os números referentes à Amazônia. Porém, esquivou-se de responsabilizar um e outro pelo suposto exagero.

Pelo alerta do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 7.000 km2 foram desmatados na Amazônia, em um trimestre. O presidente quer exatidão nos números, segundo informações de interlocutores.

Ao ser questionado se teria sido culpa da ministra Marina Silva o suposto alarde nos números do desmatamento, o presidente defendeu a petista. "Marina não é disso nem precisa disso", teria dito o presidente, segundo interlocutores.

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