Campo Grande 00:00:00 Sábado, 20 de Setembro de 2025


Interior Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009, 11:44 - A | A

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009, 11h:44 - A | A

Mortes em hospital de Dourados podem passar de 400

Da Redação (LM)

As informações que serão prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), acerca das mortes ocorridas no Hospital de Urgência e Trauma (HUT), de Dourados, revelam um dado assustador: seriam, na verdade, 412 mortes de janeiro a dezembro de 2008. À reportagem do O PROGRESSO, em 5 de fevereiro deste ano, foi revelado extra-oficialmente que seriam 190 mortes de junho a dezembro, depois que o HE suspendeu a parceria com o município.

O novo número de óbitos chega a aproximadamente 12% do total de internações do ano, que foram mais de três mil ao longo de 2008. O índice de óbitos, foi mais que o dobro do tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza 5% em números de mortes em hospitais.

A informação partiu do presidente do CMS, Wilson Cezar Medeiros, à reportagem veiculada ontem à noite na Rede Internacional de Televisão (TV Rit) no programa “Rit Cidade”. Medeiros revela que chegou aos números após receber um relatório de registro de óbitos.

O procurador da República Raphael Otavio Santos, abriu um processo de investigação na segunda-feira passada para saber as reais causas dessas mortes.

Muitas mortes, para Medeiros, teriam ocorrido depois que o Hospital Evangélico (HE) suspendeu a parceria com a Prefeitura, em junho do ano passado, para os atendimentos de alta complexidade, já que o HUT, que não conta com neurocirurgiões para prestar atendimento aos casos de politraumatismo e UTI.

Como o HE havia suspendido o suporte e o Hospital Universitário (HU) contava com apenas um neurologista (que atenderia clinicamente), os casos graves passaram a ser encaminhados à Santa Casa (SC), em Campo Grande, que vive em constante superlotação, já que dá suporte aos 78 municípios do Estado.

Muitos pacientes encaminhados em estado grave pelo HUT não chegavam a sobreviver, ou pela viagem - são 220 quilômetros entre Dourados e Campo Grande - ou pela superlotação da SC.

Wilson lembra que foi disponibilizada pelo governo federal uma verba para aquisição de 22 leitos de UTI, mas até hoje não foram entregues.

O secretário municipal de Saúde, Edvaldo Moreira, admitiu à reportagem da TV Rit, que o HUT foi criado para atender os casos de urgência, mas não está totalmente aparelhado para essa finalidade desde a gestão passada, quando o HE cancelou a contratualização com o Sistema Único de Saúde (SUS). Edvaldo Moreira denominou o HUT como “um verdadeiro ´postão´ de saúde 24 horas”.

A Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou que uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde estaria em Dourados para fazer um levantamento geral da saúde no município e verificar a estrutura dos hospitais para, possivelmente, concretizar em breve um contrato entre prefeitura e HE. A proposta é que o HE assuma a gestão do HUT e Hospital da Mulher (HM), já que teria toda a estrutura de alta complexidade e corpo clínico suficiente para atender os casos mais graves.(Dourados Agora)

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS