O Hospital Universitário (HU) de Dourados pode estar se aproximando da superlotação, a exemplo de outras instituições do País, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, dos 114 leitos existentes no HU, quase que diariamente a lotação chega ao limite. “É variável, mas há dias que não sobra nenhum leito para internação”, informou o diretor geral do HU, Wedson Desidério Fernandes.
Embora ele ainda não admita que esse “trabalhar no limite” possa estar caminhando para uma superlotação em curto prazo, como a que ocorre hoje com a Santa Casa de Campo Grande, a situação vem preocupando à medida que aumenta a demanda.
Por enquanto ainda não se vê macas ou cadeiras de fios pelos corredores do HU, situação que a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) - que assumiu a gestão no começo deste ano, para tornar o HU um hospital-escola - não admitiria ter que submeter os pacientes.
De acordo com Wedson, este ano a demanda das cidades da região - com índice populacional de cerca de 800 mil habitantes ao todo - cresceu muito e, como Dourados é referência do SUS, a maioria das internações acaba sendo feita no HU. São ambulâncias que chegam a toda hora de cidades vizinhas, grande parte acompanhadas de requisições para internações.
De acordo com Wedson, a situação tem sido contornada à medida do possível para que nenhum paciente fique sem leito. Existe a previsão de se aumentar 20 leitos na área de Ginecologia e Obstetrícia até julho deste ano, já que o HU assumiu compromisso com o Ministério Público Estadual (MPE) de incorporar gradativamente os serviços do Hospital da Mulher (HM).
O HU também aguarda os oito leitos de UTI adulto, que estão para ser entregues pelo Estado nos próximos dias. Atualmente são nove leitos de UTI, que normalmente também estão no limite. O HU espera instalar o mais rápido possível os oito novos leitos para aliviar um pouco mais a demanda do setor.
Wedson informou que já estão sendo feitas as adequações para instalar os leitos da Ginecologia e Obstetrícia em áreas que estavam ociosas no HU. Este ano, segundo ele, não existe previsão de recursos federais para construção de novas alas para enfermarias, o que existe são apenas verbas para algumas adequações ou reformas.
Médicos
Com relação ao corpo clínico, Wedson Desidério informou que a situação é bem mais tranqüila. A equipe de médicos especialistas passa de 100, incluindo neurocirurgiões. O único problema enfrentado hoje - não apenas em Dourados - é com relação a falta de anestesistas. “Temos uma equipe que dá suporte, mas não é suficiente, pois esses profissionais têm que atender outros hospitais”, afirmou. (Dourados Agora)