Aulas no ambiente virtual já são uma realidade, mas televisão ainda é melhor forma de tornar educação na pandemia mais acessível
Desde o início da pandemia do Covid-19, um dos maiores desafios que o setor da educação vem enfrentando é a transição das aulas presenciais para o ambiente virtual. Tudo foi muito rápido, e as escolas, tanto públicas, como particulares, não tiveram muito tempo para planejar essa mudança, o que resultou em milhões de alunos da rede pública sem aulas por meses.
Um ano se passou desde que a pandemia começou, e agora a maioria das escolas já se consolidou melhor no ambiente virtual, mas isso ainda é um problema e pauta de muitas discussões. O acesso à internet ainda não é algo democratizado no Brasil e muitos jovens não possuem internet em casa, ou sequer dispõem de algum dispositivo que tenha acesso à rede. A solução que alguns governos estaduais encontraram foi transmitir aulas pela televisão, como foi o caso da iniciativa Escola em Casa, onde os residentes de Brasília podiam acompanhar aulas do ensino infantil até o ensino médio no canal TV Justiça.
Ainda assim, foram poucos os estados que aderiram a esta alternativa, e muitos estudantes da rede pública foram prejudicados. Agora que um novo ano letivo já está em andamento, outras mudanças, visando integrar os estudos à televisão, estão em andamento. A primeira delas permite que emissoras comerciais possam utilizar o recurso de multiprogramação em seus canais, disponível para aqueles que têm acesso à TV digital.
A medida dá mais liberdade para que as secretarias de educação fechem parceria com uma diversidade maior de canais – desde estatais até comerciais – para a transmissão das teleaulas. Além disso, acordos de cooperação e compartilhamento de programação entre estados também já estão sendo firmados. O Centro de Mídias de Educação do Amazonas, que produz conteúdo educativo voltado para comunidades de difícil acesso, também transmitirá suas aulas em São Paulo e no Espírito Santo.
Ainda não se sabe por quanto tempo essas medidas de aulas remotas serão necessárias, já que não temos previsão de quando toda a população brasileira poderá ser vacinada. Porém, certamente, tais alternativas podem ser aprimoradas e entrar em vigor como algo recorrente no futuro pós-pandemia.
Isso vai de encontro com a especialização dos professores, que já estão acostumados com um sistema de ensino muito bem definido e agora enfrentam desafios. Todos foram forçados a se adaptar a este “novo normal”, então quem está cursando uma faculdade de pedagogia pode enfrentar essas dificuldades em um futuro não tão distante, mas com maior preparo.