A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realiza neste domingo (25), na sede da entidade no Rio de Janeiro, a eleição para escolher seu novo presidente. O pleito será presencial e eletrônico, e tem apenas um candidato inscrito: Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol.
Com apoio de 25 das 27 federações estaduais e de 10 clubes, Samir será eleito para comandar a CBF no quadriênio 2025–2029, substituindo Ednaldo Rodrigues, que foi afastado da presidência por decisão judicial no dia 15 de maio.
Apoios importantes garantem vitória antecipada
Rodrigo Moreira/Arquivo FFMS

Estevão Petrallás, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul
A candidatura de Samir Xaud se consolidou como única possível após reunir o número mínimo necessário de oito federações estaduais para registrar a chapa. Um de seus apoios mais recentes e públicos veio do presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Estevão Antônio Petrallás, que declarou estar ao lado do nome escolhido de forma consensual por seus pares.
Além disso, o apoio de 25 federações estaduais já garante a Samir uma maioria de votos suficiente para vencer, mesmo que todos os clubes votassem em outro candidato — o que não acontecerá, pois nenhum outro candidato conseguiu se inscrever oficialmente.
Como será a eleição?
A votação ocorrerá somente de forma presencial e por meio de urnas eletrônicas, mesmo com a previsão no regulamento de possibilidade de voto à distância. Clubes e federações não manifestaram interesse pela opção remota.
Participam da eleição os seguintes eleitores:
27 federações estaduais (voto com peso 3)
20 clubes da Série A do Brasileirão (peso 2)
20 clubes da Série B (peso 1)
Com essa composição, um candidato que receba apoio de pelo menos 23 federações já alcança 69 votos, o suficiente para vencer mesmo sem apoio de clubes — motivo pelo qual representantes dos times reclamam há anos do baixo peso de seus votos no processo.
Assembleia anulou eleições de Ednaldo Rodrigues
A Assembleia Geral Extraordinária da CBF, realizada na manhã deste domingo (25), anulou as duas últimas eleições de Ednaldo Rodrigues e também todas as alterações feitas no estatuto da entidade nos últimos anos. Isso inclui a regra que permitia duas reeleições para presidente — agora, volta a valer a permissão de apenas uma reeleição.
Quem é Samir Xaud?
Samir Xaud, de 41 anos, nasceu em Boa Vista, capital de Roraima, e é médico infectologista, com especialização em saúde, bem-estar e esportes. É filho de Zeca Xaud, que comandou a Federação Roraimense de Futebol por décadas. Em 2024, Samir assumiu o posto do pai na presidência da entidade estadual e, com o apoio de colegas dirigentes, saltou para o cenário nacional.
Mesmo sendo pouco conhecido entre os torcedores e imprensa, Samir é visto nos bastidores como um nome de consenso entre as federações, especialmente no momento delicado da CBF após disputas judiciais e crises políticas internas.
Divulgação CBF

Futuro Presidente Samir Xaud (centro) seus vices e apoiadores, no registro da chapa na sede da CBF
Os vices da chapa de Samir Xaud
A chapa de Samir Xaud conta com oito candidatos à vice-presidência, todos ligados diretamente ao futebol nacional ou às federações estaduais:
Ednailson Leite Rozenha – Presidente da Federação Amazonense de Futebol
Fernando José Macieira Sarney – Interventor atual da CBF e ex-membro do Conselho da FIFA
Flávio Diz Zveiter – Ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)
Gustavo Dias Henrique – Ex-diretor de Relações Institucionais da CBF
José Vanildo da Silva – Presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (RN)
Michelle Ramalho Cardoso – Presidente da Federação Paraibana de Futebol
Ricardo Augusto Lobo Cluck Paul – Presidente da Federação Paraense de Futebol
Rubens Renato Angelotti – Presidente da Federação Catarinense de Futebol
O que esperar do futuro da CBF?
Com a eleição praticamente garantida, espera-se que o novo presidente traga estabilidade política para a entidade, que enfrentou diversas trocas de comando nos últimos anos. A expectativa entre os bastidores é de uma gestão mais próxima das federações regionais, já que são essas instituições que deram sustentação à sua candidatura.
Agora, o desafio de Samir será mostrar que pode comandar o futebol brasileiro não apenas com apoio político, mas também com projetos sólidos, transparência e modernização.