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Economia Terça-feira, 02 de Março de 2021, 15:49 - A | A

Terça-feira, 02 de Março de 2021, 15h:49 - A | A

Construção Civil

Preço da construção sobe e prejudica empreendimentos populares

Aumento dos preços gera risco de desabastecimento ao setor

Lethycia Anjos
Capital News

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de construção civil, trabalhador de construção civil, pedreiros

Problema afeta principalmente famílias com renda mensal entre R$ 2.500 a R$ 4.500

Preço de materiais para construção sobe em 2021, e prejudica a economia brasileira. O setor da construção civil é imprescindível para a retomada econômica do país, que foi prejudicada pela pandemia da Covid-19. A alta nos preços traz danos às obras governamentais como empreendimentos populares, afetando assim milhões de famílias brasileiras.

 

Programas como o Casa Verde e Amarela é uma das iniciativas governamentais de infraestrutura que correm risco de desabastecimento de materiais devido à crise. O programa foi instituído com objetivo de beneficiar 1,6 milhão de famílias até 2024, com juros em torno de 4,5% ao ano.

 

Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, enfatiza a importância de medidas que freiem o desabastecimento. “A Casa Verde Amarela pode parar? Claro que sim, essa é a grande preocupação. Estamos procurando agir, mas às vezes nos dá uma aflição muito grande, porque esse nosso agir não é suficiente para reverter tudo isso”. ressaltou Martins via assessoria

 

aumento nos preços afeta também o orçamento familiar, é possível observar na prática os efeitos aos cidadãos que estão construindo, como é o caso da moradora de Sobradinho I, no Distrito Federal, Gabriela Tavares. A moradora iniciou a reforma em sua casa em abril de 2020, desde então encontra dificuldades para finalizar as obras.“Logo no início da nossa reforma tivemos problemas com materiais de construção, não achamos mais tijolos, porque não estava tendo material para fabricação. Logo depois, a gente se viu novamente nessa questão de demora para entrega, porque as fábricas estavam demorando a produzir e entregar determinados materiais, como a cerâmica”, explica Tavares via assessoria.

 

De acordo com indicadores Imobiliários Nacionais divulgados pela CBIC a aumento nos preços foi constatado no quarto trimestre de 2020 e segue em alta desde então. Esse problema afeta principalmente famílias com renda mensal entre R$ 2.500 a R$ 4.500, representando a menor margem de lucro para as empresas contratadas. 

 

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos, explica que esse aumento se deu por conta do rápido crescimento que o setor da construção teve durante o período da pandemia. “Em 2021, materiais importantes tiveram aumento e as construtoras continuam sofrendo. Se isso permanecer, terá efeito nocivo para todo setor. E é uma pena, porque a construção civil vem garantindo a recuperação de parte da economia, oferecendo emprego notadamente para aqueles trabalhadores advindos das classes menos favorecidas”, afirmou o presidente via assessoria.

 

Um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção apontou que o aço é o principal material em falta nas regiões em 2021. Conforme a assessoria, o produto ainda registrou aumento de preço acima de 10% para 72,7% dos entrevistados, e alta de até 10% para 25,4%.

 

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