Cerca de 12 mil trabalhadores na indústria da construção civil em Campo Grande atuam na informalidade. Isso representa 30% dos 30 mil que exercem essa profissão. O setor só perde para o comércio, que conta com quase 40 mil profissionais.
Segundo o presidente Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), Samuel Freitas, 60% atuam de maneira formal, ou seja, possuem registro em carteira. O restante dos trabalhadores vive na informalidade, quer em empresas ou por contra própria na construção e reforma de edificações.
O número de informais, aqueles que atuam sem registro e seguridade social, no mundo chegou a 1,8 bilhão, o que representa mais da metade da força de trabalho mundial, segundo estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Brasil é estimado que 19,2 milhões de trabalhadores estejam atuando sem carteira assinada.
Na avaliação de Freitas, o crescimento da informalidade é algo negativo. "Os trabalhadores sem registro em carteira não têm segurança, estabilidade e deixam de ter acesso aos direitos trabalhistas", alerta.
Para tentar superar o impasse entre melhoria de renda e ausência de garantias trabalhistas, o sindicato negocia com as empresas aumentos salariais mais expressivos. "Estamos buscando sensibilizar os empregadores quanto aos salários para não ficarem sem trabalhadores", diz.
Ele comenta que no ano passado o sindicato firmou parceria com o governo do Estado e a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) oara fazer o projeto "Colher na Massa" para dar qualificação aos trabalhadores da construção civil." Se o trabalhador se qualificar, ele terá maior chance de conseguir um emprego melhor e com carteira assinada. O trabalador poderá ter sálario melhor e não precisaria continuar na informalidade."
O presidente do Sintracom avalia ainda que os baixos salários têm levado trabalhadores para fora de Campo Grande. O destino mais procurado, em Mato Grosso do Sul, é Três Lagoas, em razão da expansão industrial.
Por: Eduado Penedo - (www.capitalnews.com.br)