Campo Grande fechou 2017 com inflação de 2,6%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. O resultado incluiu também a inflação de dezembro, 0,42%, a segunda maior porcentagem registrada em 2017, abaixo apenas de janeiro do ano passado, quando registrou 0,43%. No saldo anual,a taxa foi a menor da série histórica do Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) desde de 2006, quando ficou em 2,29%.
O IPC-CG ficou bem abaixo da meta inflacionária de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A inflação ainda permanece controlada, o que indica que as medidas econômicas tomadas pelas autoridades estão surtindo os efeitos esperados. Também há que se que considerar que, em 2017, o Brasil colheu uma supersafra de grãos, o que possibilitou a estabilização e até a baixa em alguns produtos do grupo Alimentação, favorecendo a queda da inflação. Outros motivos são o alto desemprego no país, os juros ainda elevados e o grande endividamento da população, reduzindo a demanda, inclusive, em produtos de alimentação”, explica o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza.
Ainda de acordo com o pesquisador da Uniderp, os principais responsáveis pela inflação de dezembro foram os grupos: Transportes, com 1,38% e contribuição de 0,21% para o cálculo do índice mensal; Habitação, com 0,34% e colaboração de 0,09%; e Despesas Pessoais, com 1,2% e participação de 0,08%. Os outros grupos - Alimentação, Saúde, Educação e Vestuário - ficaram dentro da normalidade. No acumulado dos 12 meses, os destaques também incluíram Transportes e Habitação, com taxas de 8,69% e 4,28%, respectivamente. O grupo Vestuário ficou com 5,67%, ocupando a segunda posição.
De acordo com Celso, o resultado do primeiro grupo é reflexo de contínuos reajustes nos preços dos combustíveis; já o setor de Vestuário vem recompondo preços do ano de 2016, quando esteve em baixa; e o comportamento do grupo Habitação foi impulsionado pelo reajuste da energia elétrica, bem como, pelas bandeiras tarifárias (que indicam o custo da energia em função das condições de geração). “Nos três últimos meses do ano, elas vigoraram na cor vermelha, sendo nível 2 para outubro e novembro; e patamar 1 para dezembro. Além disso, os reajustes no preço do gás de cozinha também impactaram o grupo, esclarece.
Ainda da avaliação do professor, o resultado da baixa inflação deve refletir na economia. “Levando-se em conta todo esse cenário, é possível que haja nova queda da taxa Selic em fevereiro, atualmente em 7%, sinalizando que os juros podem baixar”.
Maiores e menores contribuições
Os 10 "vilões" da inflação, em dezembro:
-etanol, com inflação de 7,3%;
-acém, com inflação de 14,17%;
-alcatra, com inflação de 6,97%;
-calça comprida feminina, com variação de 3,68% ;
-ovos, com acréscimo de 15,70%;
-gasolina, com variação de 0,81%;
-automóvel novo, com acréscimo de 1,25%;
-fogão, com reajuste de 10,35%;
-sapato masculino, com elevação de 2,46%;
-carne seca/charque, com aumento de 7,53%;
Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:
-costela, com deflação de 7,5%;
-calça comprida masculina, com redução de 2,82%;
-batata, com diminuição de 10,73%;
-arroz, com decréscimo de 2,86%;
-contra filé, com baixa de 4,92% ;
-açúcar, com diminuição de 4,68%;
-fósforo, com redução de 7,54%;
-leite pasteurizado, com decréscimo de 1,66%;
-sabonete, com queda de -3,44%;
-bebidas não alcoólicas, com baixa de 1,63%.