O presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul -, Sérgio Marcolino Longen, espera que a redução da taxa Selic – hoje em 13,75% -, a ser anunciada nesta quarta-feira (21/01) na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central Brasileiro), chegue ao setor produtivo, pois de nada adianta um corte nos juros se o ganho decorrente for exclusivamente incorporado pelos bancos por meio dos spreads - diferença entre taxas de captação e de aplicação.
Segundo ele, é chegada a hora de emergir um novo arranjo envolvendo o Governo, as empresas e trabalhadores para buscar uma saída de reverter ou amenizar os efeitos da crise financeira mundial na economia brasileira. “A CNI - Confederação Nacional da Indústria - e as Federações nos Estados têm trabalhado na construção de uma agenda de consenso. Um dos pontos dessa agenda diz respeito às condições de financiamentos e custo do capital, elementos fundamentais para reversão do quadro de desaceleração instalado, capaz de determinar e garantir uma retomada para a realização de investimentos e, consequentemente, a manutenção e criação de emprego e renda”, declarou.
Sérgio Longen destaca que uma redução da Selic neste momento é imprescindível, especialmente porque há um hiato temporal até que seus efeitos comecem a ser sentidos pela economia. Contudo, completa o presidente da Fiems, mesmo diante do corte que esta por vir e a despeito da eventual discussão em torno de sua insuficiência, que certamente ocorrerá, mesmo que surpreendentemente supere um ponto percentual, à atenção deverá, e com razão, se centralizar sobre os agentes responsáveis por fazê-lo chegar até a ponta.
Ele lembra que a queda da Selic representa um custo de captação menor para os bancos. O que deveria se refletir, portanto, na criação de um espaço maior para a ampliação da liquidez, servindo, deste modo, para amenizar o quadro de demissões que tem se acelerado, uma vez que as reduções de postos de trabalho ainda se encontram fundamentalmente restritas a alguns setores. “Podendo essa situação ser revertida a medida que as empresas voltem a ajustar seus fluxos de caixa, para isso, crédito farto e facilitado neste momento cumpre papel fundamental, devendo chegar efetivamente aos agentes responsáveis pela economia real, ou seja, ao setor produtivo”, analisou, alertando para o risco de um recrudescimento dos impactos da crise caso isso não seja feito. (Assessoria)