O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC-CG) fechou maio em 0,21%, de acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. O indicador, que representa a inflação da Capital, teve queda em relação a abril, quando ficou em 0,31%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a inflação passou para 0,92%. Nesse período destacam-se com altas inflações os grupos: Despesas Pessoais, com 3,24%; Habitação, com 2,40%; e Saúde, com 1,27%. Com deflação, aparece o grupo Transportes, com -1,89%.
O IPC-CG é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O índice mede a variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos e a divulgação é feita mensalmente
Segundo informações do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp, o resultado foi puxado pela alta dos grupos Habitação, que aumentou 0,57% e contribuiu 0,18% no cálculo do indicador; a Alimentação, que ficou 0,63% mais cara e colaborou com 0,13% na formação do índice; e Transportes, que fechou com 0,02% e teve contribuição quase nula para a formação do índice mensal.
Os outros quatro grupos apresentaram deflações e ajudaram a segurar a inflação de maio. Foram eles: a Educação (- 0,39%); Despesas Pessoais (- 0,31%); Saúde (- 0,12%) e Vestuário (-0,44%).
“O mês de maio é, tradicionalmente, um período de inflação muito baixas, mas, este ano o resultado pode estar ligado aos diversos aumentos do óleo diesel”, contextualizou o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza. O pesquisador lembra que as altas provocaram impacto na cadeia produtiva, principalmente, do grupo Alimentação, devido ao uso intenso desse combustível na agricultura e no frete.
Souza destaca ainda que a paralisação dos caminhoneiros provocou redução no estoque e oferta de alguns produtos, como os hortifrútis adquiridos de outros Estados. O pesquisador revela que parte dos levantamentos para o diagnóstico da inflação de Campo Grande ocorreram nas primeiras semanas de maio, ou seja, antes do manifesto dos motoristas realizado ao final do mês.
No acumulado dos 12 meses, a taxa ficou em 2,08%, ainda bem abaixo da meta inflacionária de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os grupos com as maiores inflações do período são: Habitação (5,70%), Transportes (5,64%), e Despesas Pessoais (5,02%). A Alimentação permanece com deflação (-4,59%).
Maiores e menores contribuições
Os 10 "vilões" da inflação, em maio:
Gás em botijão, com inflação de 4,06% e contribuição de 0,11%;
Óleo Diesel, com inflação de 2,43% e contribuição de 0,08%;
Contrafilé, com elevação de 9,91% e contribuição de 0,06%;
Gasolina, com inflação de 1,40% e participação de 0,06%;
Blusa, com variação de 4,21% e colaboração de 0,04%;
Energia elétrica, com acréscimo de 0,63% e contribuição de 0,04%;
Papel higiênico, com variação de 3,34% e colaboração de 0,03%;
Cebola, com acréscimo de 31,61% e contribuição de 0,03%;
Conta de telefone convencional, com reajuste de 1,33% e participação de 0,02%
Queijo-de-Minas, com elevação de 6,94% e colaboração de 0,02%.
Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:
Etanol, com deflação de - 5,75% e contribuição de - 0,15%;
Calça comprida feminina, com redução de - 4,85% e colaboração de - 0,06%;
Pescado fresco, com decréscimo de - 7,33% e contribuição de - 0,05%;
Mamão, com baixa de - 43,90% e colaboração de - 0,04%;
Cabeleireiro (corte e tintura), com queda de - 2,86% e participação de -0,04%;
Papelaria, com redução de - 4,08% e contribuição de - 0,03%;
Tomate, com decréscimo de - 14,26% e colaboração de - 0,03%;
Ovos, com queda de - 11,22% e participação de - 0,03%;
Pedicure e manicure, com diminuição de - 3,27% e participação de - 0,03%
Xampu, com baixa de - 7,22% e contribuição de - 0,02%.