Quinta-feira, 24 de Julho de 2008, 16h:34 -
A
|
A
Centrais condenam nova elevação da taxa de juros
Da Redação
As centrais sindicais CUT e CGBT divulgaram notas com críticas à nova elevação da taxa de juros promovida pelo Banco Central. Reunido na noite de quarta-feira (23), o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic para 13%, um aumento de 0,75 ponto percentual. Leia abaixo as íntegras das notas.
Nota da CUT
Contra a inflação, defendemos menos especulação, menos juros e mais produção.
A pressão inflacionária sobre os alimentos, que penaliza muito mais os assalariados, deve ser combatida com o fortalecimento do apoio à agricultura familiar, através de ampliação da oferta e dos prazos do crédito, garantia de preços mínimos e de assistência técnica, entre outras medidas.
Outra frente de combate deve se dar sobre diferentes setores que especulam, seja através de contenção de estoques ou de elevação de preços chamada de "preventiva", que nada mais é que apostar em inflação futura.
Sobre a elevação da taxa de juros, anunciada hoje pelo Copom, a opinião da CUT é conhecida. Com o objetivo explícito de desacelerar a economia, essa política comprime nosso potencial e atenta contra a manutenção do ciclo de crescimento sustentado. Atrapalha, inclusive, a ampliação da oferta de alimentos e pouca eficácia tem contra a pressão inflacionária sobre o setor, já que as principais causas vêm do mercado externo.
Portanto, as altas taxas básicas de juros são contrárias aos interesses da classe trabalhadora.
Artur Henrique, presidente nacional da CUT
Nota da CGBT
A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a taxa Selic mais uma vez provocará um estrago à economia brasileira semelhante ao que causaria uma epidemia de “vaca louca” no nosso rebanho de gado. Este é o sentimento que paira sobre o setor produtivo do país (trabalhadores e empresários) a cada aumento de juros, alçados hoje a 13% ao ano, um dos maiores do mundo.
O aumento dos juros diminuirá os investimentos, freará o crescimento econômico e não permitirá que o país crie os empregos necessários para incluir os milhões de trabalhadores que estão fora do mercado de trabalho.
O suposto surto inflacionário não passa de uma desculpa do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para ampliar ainda mais os lucros dos especuladores. A ameaça de aumento no preço dos alimentos não é motivada por fatores internos, mas pela ação da especulação dos monopólios estrangeiros.
Portanto, a forma de nos protegermos deste ataque é com mecanismos de incentivo à produção agrícola, com salvaguardas e com juros mais baixos.