O aumento da taxa Selic para 9,5% ao ano pelo Conselho de Política Monetária (Copom) deixou preocupado vários seguimentos tanto da indústria, comércio e bens de serviço. Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) Sérgio Longen a medida pode interromper o ritmo de crescimento da indústria. “O governo está pressionando a queda do consumo, sob pretexto de evitar a alta da inflação. Mas, é preciso considerar que esta medida pode produzir efeitos negativos no setor empresarial”, avisa.
Longen pontua que o aumento de 0,75 ponto percentual, elevando a taxa Selic de 8,75% para 9,50% ao ano, pode resultar no médio prazo na suspensão de investimentos e projetos de expansão. “O aumento dos juros gera insegurança, principalmente porque o Copom atribui o risco de aumento da inflação a setores estratégicos, como alimentação, por exemplo”, lamenta.
Para o presidente da Fiems, a indústria não é base inflacionária, mas sim a grande mola que faz avançar o desenvolvimento do país e do estado, gerando mais empregos e renda. “Aqui em Mato Grosso do Sul a indústria está promovendo a diversificação da economia e ampliando oportunidades para empresários e trabalhadores”, comdenta.
Previsão
Na última pesquisa Focus, feita pelo Banco Central, o mercado financeiro esperava um aumento de 0,5 ponto percentual. Alguns economistas, porém, já apostavam em um aumento de 0,75 ponto percentual. A estimativa para a Selic no fim do ano é de 11,75%.
O aumento de juros é o remédio adotado pelo Banco Central para controlar a inflação, pressionada pela melhora da economia e o aumento do consumo. No último relatório de inflação, o Banco Central projetou em 5,2% o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim deste ano - a meta oficial do governo é de 4,5%. A previsão do mercado é que o índice encerre o ano em 5,1%, também acima da meta do governo. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto deste ano foi elevada para 6%.
Histórico
Após aumentar a taxa de juros em setembro de 2008 - de 13% a.a. para 13,75% a.a. -, o Copom promoveu cinco cortes consecutivos entre janeiro e julho do ano passado, baixando a Selic para 8,75% a.a., a menor da história. Na reunião seguinte, em setembro, o conselho manteve a taxa inalterada, o que foi repetido em outubro, dezembro e nas duas primeira reuniões de 2010, em janeiro e março.
O Copom se reúne a cada 45 dias. A próxima reunião do conselho será nos dias 8 e 9 de junho.
Por: Eduardo Penedo - (www.capitalnews.com.br)