O aumento da mistura do etanol na gasolina, dos atuais 25% para 27% a partir de 16 de março, não devem impactar nos preços finais do combustível e não vai aliviar a alta dos impostos repassada ao consumidor desde 1º de fevereiro, apontam especialistas do setor.
O aumento da mistura foi anunciado no inicio deste mês pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, confirmando o acordo feito entre o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercandante, e representantes do setor sucroalcoleiro no começo de fevereiro. Segundo Braga, o acréscimo do combustível não irá impactar o bolso do consumidor. “O preço do litro da gasolina nos postos de combustível não será alterado”, afirma.
O ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, diz que o aumento em dois pontos percentuais (2 p.p.) do etanol, que é mais barato que a gasolina, na mistura tem um efeito mais importante para a indústria do etanol que na composição total da gasolina e nos preços cobrados na bomba ao consumidor. A maior concentração do etanol aumentará a demanda pelo biocombustível em quase 1 bilhão de litros por ano, estima a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Em Campo Grande, antes mesmo da “nova gasolina” começar a ser vendida, o preço do combustível caiu 11% em uma semana. Os donos de postos de combustíveis afirmam que a concorrência é a responsável pela oscilação dos valores.