A produção de soja e milho de Mato Grosso do Sul caminha para atingir novo patamar de reconhecimento internacional. A Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja/MS) e o Governo de MS firmaram um termo de colaboração para implantação da certificação Round Table on Responsible Soy (RTRS) — padrão internacional que atesta boas práticas ambientais, sociais e econômicas.
Com investimento de R$ 7,6 milhões por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o projeto será executado até setembro de 2027 e marca um avanço na rastreabilidade da produção agrícola do Estado.
A certificação RTRS tem validade de cinco anos e é baseada em cinco pilares: cumprimento legal, condições de trabalho responsáveis, relações comunitárias sustentáveis, responsabilidade ambiental e boas práticas agrícolas.
Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, o avanço na certificação é reflexo do engajamento dos produtores.
“Depois de passarmos pela consolidação de práticas como a integração lavoura-pecuária-floresta e a agricultura de baixo carbono, estamos, cada vez mais, adotando uma produção ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável”, afirmou.
“Isso gera maior valorização dos produtos e abre novas oportunidades de comercialização por meio de certificações como a RTRS.”
O titular da Semadesc, Jaime Verruck, destacou o impacto estratégico da iniciativa. “Com a rastreabilidade desde a origem até a mesa do consumidor — especialmente para mercados exigentes, como o europeu e o asiático — mostramos que o agricultor sul-mato-grossense adota tecnologias modernas, sustentáveis e alinhadas aos padrões internacionais”, disse. “Este será o primeiro projeto de rastreabilidade da soja implementado no Estado.”
O próximo passo será a formação da equipe técnica, elaboração do cronograma e seleção das propriedades participantes. Segundo o coordenador de campo da Aprosoja/MS, Dany Correa, a meta é certificar 30 propriedades rurais. “Em 2024, fizemos um projeto piloto com a Ampasul (Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Algodão), onde certificamos propriedades que já possuíam as certificações ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e BCI (Better Cotton Initiative)”, explicou.
A certificação RTRS é reconhecida internacionalmente e exigida por grandes compradores em países da União Europeia e da Ásia. Ao reforçar a sustentabilidade da produção agropecuária, o projeto também fortalece a imagem do Estado como polo de agricultura moderna e responsável.