Mato Grosso do Sul amplia sua aposta na citricultura como vetor de diversificação econômica e atratividade para novos investimentos. Para consolidar um ambiente seguro e competitivo, a Semadesc tem intensificado políticas públicas voltadas à segurança jurídica e ao fortalecimento sanitário da cadeia. A meta é expandir a área plantada para 50 mil hectares até 2030. Esse panorama — e os desafios do setor — foi tema central do Encontro Regional de Capacitação da Citricultura, realizado na terça-feira (10) no Espaço Sesi MS, em Três Lagoas.
Promovido pela Semadesc e pela Iagro, em parceria com a Prefeitura de Três Lagoas, o evento reuniu equipes técnicas e de fiscalização da Iagro, da Agraer e representantes de cerca de 20 municípios da Costa Leste. A abertura contou com a presença do secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, da secretária municipal de Agricultura, Mariana Maia, e do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Antônio Gomes Júnior.
Ao longo do encontro, participantes discutiram atualizações, procedimentos, defesa sanitária e trocaram experiências consideradas fundamentais para garantir o avanço seguro e sustentável da citricultura. As palestras foram ministradas pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, pelo engenheiro agrônomo especialista em citricultura, Murilo Piccin, e pelo diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold. A capacitação integra a programação preparatória para o MS Citrus Summit, que ocorre nesta quinta-feira (11), também em Três Lagoas, com a presença do governador Eduardo Riedel, do secretário Jaime Verruck e de outras autoridades e especialistas do setor.
Durante a abertura, Artur Falcette destacou o papel estratégico da qualificação técnica no crescimento da cadeia. “É com grande satisfação que estamos aqui, com a participação dos municípios nesta capacitação, que integra uma nova fase de desenvolvimento do nosso estado. A capacitação e as relações institucionais são hoje nosso principal diferencial competitivo. Observamos as dificuldades enfrentadas por outros estados, como São Paulo. No Mato Grosso do Sul, vivemos uma posição privilegiada para atrair investimentos, resultado de décadas de trabalho, fiscalização, qualificação e foco na competitividade. Esperamos que todos colham bons frutos desta e de outras iniciativas que avançam junto com a cadeia”, afirmou.
Em sua apresentação, Rogério Beretta ressaltou que o estado conta atualmente com 60 propriedades dedicadas à citricultura, somando 15 mil hectares plantados e 7 milhões de mudas. “O Mato Grosso do Sul se consolida como uma excelente opção para a expansão da citricultura. O Governo do Estado está criando cada vez mais condições para atrair investimentos: terra em abundância, clima propício, grande potencial de outorga de água para irrigação e ampla disponibilidade de energia elétrica. Isso coloca o estado como destino preferido dos citricultores paulistas”, explicou. Ele reforçou que alcançar 50 mil hectares será decisivo para atrair uma indústria de processamento de suco.
Beretta também destacou as vantagens logísticas. “Mato Grosso do Sul foi apontado recentemente como o terceiro melhor estado em condições logísticas. Além disso, novos investimentos estão em andamento, como a rodovia entre Três Lagoas e Inocência, que será lançada na sexta-feira, e a concessão das BR-262, BR-267 e BR-040, a ser assinada em janeiro. Esses avanços fortalecem ainda mais a infraestrutura, fator crucial para esta cadeia”, afirmou. Segundo ele, o momento é estratégico para consolidação dos pomares: “Para desenvolver a cultura, são necessários de dois a três anos de acompanhamento. Por isso, a capacitação é essencial.”
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, reforçou a importância da vigilância sanitária, especialmente diante do impacto sofrido pelos pomares paulistas. “Vivemos um momento de grande oportunidade. A crise sanitária global comprometeu 44% dos pomares de São Paulo. Hoje, conhecemos as causas e dispomos de meios eficientes de defesa. Nossa estratégia se baseia em dois pilares: segurança jurídica, promovendo políticas públicas que atraiam investimentos e fiscalização rigorosa; além de tolerância zero na proteção do patrimônio sanitário do estado”, concluiu.
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