Profissionais da saúde, assistência social e educação de Glória de Dourados participaram de uma oficina de capacitação promovida pelo Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), com foco na qualificação do atendimento a vítimas de violência sexual. A atividade foi realizada em julho e reuniu cerca de 50 participantes.
Conduzida pelas assistentes sociais Joyce Torquato e Naara Aragão, do HU-UFGD, a oficina abordou temas como acolhimento humanizado, escuta qualificada, fluxos de atendimento, notificação obrigatória e os aspectos legais e éticos relacionados ao cuidado com crianças, adolescentes e mulheres em situação de violência sexual. Também foram debatidas estratégias para fortalecer a articulação entre os setores envolvidos e garantir a proteção integral das vítimas.
“O serviço de saúde é, ou deveria ser, o primeiro lugar onde essas vítimas buscam acolhimento, e é fundamental que os profissionais estejam capacitados para oferecer um atendimento que não revitimize nem culpabilize a pessoa pela violência sofrida”, destacou Joyce Torquato. “Isso só se fortalece com espaços de escuta e construção coletiva, como essa oficina.”
Segundo Renata Rigatto, assistente social da atenção básica, o encontro teve papel fundamental na organização de fluxos e condutas no município. “Ainda não havia critérios unificados de encaminhamento nas unidades, nem protocolos estabelecidos. A oficina foi essencial para começar esse processo”, afirmou. Ela também ressaltou o apoio contínuo do HU-UFGD às equipes locais. “É gratificante ver um município pequeno com respaldo técnico em temas tão sensíveis.”
Projeto Acalento
A capacitação integra o Projeto Acalento, criado em 2018 pelo HU-UFGD. A iniciativa tem como objetivo oferecer acolhimento qualificado e atendimento 24 horas a vítimas de violência sexual. O hospital é referência regional e possui protocolo multiprofissional para atendimento imediato, principalmente nos casos com menos de 72 horas, com foco em profilaxia e cuidado integral. Após esse período, o acompanhamento é realizado pelas Unidades Básicas de Saúde, conforme o fluxo pactuado com a rede.