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Meio Ambiente Terça-feira, 24 de Junho de 2025, 13:57 - A | A

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MapBiomas

Pantanal é o bioma mais atingido pelo fogo nos últimos 40 anos, aponta relatório

Com 62% da superfície queimada entre 1985 e 2024, região enfrenta impactos graves da crise climática

Elaine Oliveira
Capital News

O Pantanal é o bioma brasileiro proporcionalmente mais afetado por queimadas nas últimas quatro décadas. Entre 1985 e 2024, 62% da sua superfície foi queimada ao menos uma vez, segundo o Relatório Anual do Fogo, divulgado pela iniciativa MapBiomas nesta terça-feira (24). O documento é baseado em imagens de satélite e dados oficiais, consolidando informações sobre todos os biomas, estados e municípios do país.

A recorrência dos incêndios também impressiona: 72% da área atingida no Pantanal queimou duas vezes ou mais no período analisado. Para os pesquisadores, o uso repetido do fogo compromete diretamente a biodiversidade e a capacidade de regeneração da vegetação nativa.

Ao longo do período, 93% das áreas queimadas no bioma estavam cobertas por vegetação nativa, o que demonstra a alta vulnerabilidade dos ecossistemas pantaneiros — como formações campestres, campos alagados e florestas estacionais — às chamas. O relatório ainda aponta que o Pantanal possui o maior número de megaincêndios do país, com cicatrizes superiores a 100 mil hectares que se repetem ano após ano.

Durante coletiva de imprensa, o coordenador de mapeamento do bioma Pantanal no MapBiomas, Eduardo Rosa, chamou atenção para o avanço das queimadas sobre áreas especialmente frágeis. “A gente tem áreas sendo atingidas no entorno do rio Paraguai, que são de floresta e savana, menos adaptadas ao fogo”, afirmou. Segundo ele, a reincidência nas regiões sensíveis pode afetar o fornecimento de alimento para a fauna e comunidades tradicionais.

Rosa também comentou a ligação entre o uso do fogo e a atividade agropecuária. “Os campos naturais do Pantanal são pastejáveis e o manejo do fogo também está nessas áreas, para renovação da pastagem”, explicou. Apesar disso, ele ressalta que o uso controlado e em períodos adequados pode mitigar riscos e evitar grandes incêndios em períodos de estiagem.

Além do panorama histórico, o relatório se soma a dados mais recentes que retratam um cenário ainda mais crítico. Mato Grosso do Sul encerrou 2024 com 13.041 focos de queimadas, o pior índice em 22 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A média foi de 35,7 focos de incêndio por dia. A intensidade surpreendeu especialistas, já que os meses de junho e julho — historicamente menos críticos — registraram recordes de focos para o período.

O ano só ficou atrás de 2002, quando foram contabilizados 14.543 focos de queimadas no estado. De acordo com dados do MapBiomas, Corumbá lidera como o município com maior área queimada, somando 1,741 milhão de hectares.

No recorte estadual, Mato Grosso do Sul é o 8º estado com maior área queimada acumulada entre 1985 e 2024, com 10.450.354 hectares afetados, o que representa 5% de toda a área queimada no país nesse período.

Com estiagens mais severas e o avanço das mudanças climáticas, o relatório reforça a necessidade urgente de políticas públicas eficazes, manejo ambiental responsável e ações preventivas para proteger um dos biomas mais emblemáticos e ricos em biodiversidade do planeta.


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