O Governo de Mato Grosso do Sul vai suspender a queima controlada em todo o território estadual de 1º de agosto a 30 de novembro, como medida preventiva diante do agravamento das condições climáticas. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (22) durante a 20ª Reunião Ordinária do CICOE (Centro Integrado de Coordenação Estadual), realizada na sala de crise da Polícia Militar, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
A queima controlada é uma técnica autorizada que utiliza o fogo de forma planejada em áreas rurais para reduzir o risco de incêndios maiores. Contudo, com o avanço da seca e projeções climáticas desfavoráveis, a suspensão foi considerada necessária.
“Estamos vivendo o período de início de seca, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas previstas para os próximos meses. Diante desse cenário, o CICOE decidiu pela suspensão da queima controlada em todo o Estado”, afirmou Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e presidente do comitê.
Alerta climático
Durante a reunião, a meteorologista Valesca Fernandes, do CEMTEC, apresentou dados que reforçam o cenário de alerta. Apesar da redução de 54,2% nos focos de incêndio florestais em relação ao mesmo período do ano passado, o prognóstico climático indica chuvas abaixo da média e aumento de temperatura para o trimestre de agosto a outubro (ASO), especialmente nas regiões norte, nordeste e leste do Estado.
“A maioria dos municípios encontra-se em nível de alerta, e alguns já em nível de alerta alto, especialmente nas regiões norte e nordeste”, destacou Valesca.
Medidas e avanços
Coordenado pela Semadesc, o CICOE reúne órgãos como Corpo de Bombeiros, Imasul, PMA, Ibama, Defesa Civil, ICMBio, CEMTEC e Famasul, com o objetivo de monitorar riscos e articular ações estratégicas de combate aos incêndios.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, apresentou alterações no Decreto nº 11.766/2004, tratando da isenção de custos para o licenciamento ambiental em áreas específicas. Também foi apresentado o Projeto FNMA 2025, que prevê o fortalecimento da resposta dos municípios com a criação de Planos Operativos de Prevenção e Combate (PPCIFs).
Mesmo com o cenário preocupante, os dados apontam avanços significativos:
No Pantanal, houve queda de 97,9% na área queimada em 2024;
No Cerrado, a redução foi de 50,6%;
As ocorrências atendidas pelos Bombeiros diminuíram 54,2% em todo o Estado.
“O trabalho em parceria com os produtores rurais, com apoio da Famasul, e a ampliação do número de brigadistas – hoje são 700 especializados em incêndios – têm sido essenciais. A atuação da PMA, do Imasul e do Ibama também tem sido incansável. Isso mostra que estamos no caminho certo”, concluiu Verruck.
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