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Cotidiano Segunda-feira, 27 de Setembro de 2021, 11:21 - A | A

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Prevenção

Mais de três mil focos de calor foram controlados no Pantanal

Com a Operação Hefesto, focos registrados reduziram 42% em relação a 2020

Lethycia Anjos
Capital News

Divulgação/Portal MS

Mais de três mil focos de calor foram controlados no Pantanal

Área queimada em Paraguai Mirim

Por meio do planejamento prévio de prevenção e combate aos desastres naturais no Pantanal, o Governo de Mato Grosso do Sul reduziu significativamente os focos de calor e áreas queimadas no bioma em comparação ao ano passado. Entre janeiro a setembro de 2021 foram identificados e controlados 3.150 focos de calor, número 42,64% menor que em 2020.

 

As ações articuladas com os proprietários rurais foram parabenizadas pelo Sindicato Rural de Corumbá, maior município pantaneiro e com o segundo maior rebanho bovino do País, o que corresponde a cerca de 1900 imóveis rurais.

 

Presidente do Sindicato Rural, Luciano Leite destaca que o preparo e empenho das equipes é fundamental no combate às chamas. “No ano passado não estávamos preparados, seja o estado, os proprietários ou organizações ambientais, para enfrentar um incêndio de tamanha proporção em razão da seca extrema. Mas este ano, o Governo do Estado criou uma infraestrutura, investiu em equipamentos e nunca tivemos apoio como agora. O treinamento dos nossos funcionários está sendo fundamental na prevenção ao fogo”, afirmou via assessoria.

 

Na região pantaneira de Corumbá, cerca de 40 fazendas sediaram o treinamento dos trabalhadores rurais que teve o objetivo de formar brigadas para auxiliar no combate aos incêndios, a ação foi coordenada por duas guarnições do Corpo de Bombeiros. De acordo com o sindicato rural, mais de 200 peões receberam capacitação com aulas teóricas e práticas de campo, entre os meses de maio a julho, incluindo noções de primeiros socorros. 

 

Luciano Leite destaca que trata-se de uma iniciativa inédita e efetiva para o controle de incêndios na região. “A formação dessas brigadas nos dá um pouco mais de tranquilidade, sabendo que podemos combater o fogo com conhecimento e eficiência, não dependendo apenas dos bombeiros, os quais, muitas vezes, não conseguem chegar no foco. Hoje todas as fazendas estão unidas e equipadas para enfrentar os efeitos da seca”, pontuou.

 

Conforme o dirigente ruralista, o produtor rural tem assento aos organismos controladores dos focos de calor, como a Sala de Situação criada pela secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), e cumpre as metas preconizadas pelo Ministério Público. “O Estado se aparelhou e não está medindo esforços para controlar o fogo com uma base permanente em Corumbá”, enfatizou.

 

Outro ponto fundamental para efetivação do combate às chamas é a movimentação de aeronaves e guarnições de bombeiros na cidade pantaneira.“É uma operação de guerra, envolvendo também a Marinha e o Exército na parte logística. Sem esse apoio teríamos sérios problemas, pois a seca persiste e grande parte da região do Taquari secou e concentra uma massa combustível sem precedentes”, ressaltou Luciano Leite.

 

Divulgação/Portal MS

Mais de três mil focos de calor foram controlados no Pantanal

                              Combate aéreo aos incêndios

Completando 84 dias, a Operação Hefesto mobilizou uma das maiores forças-tarefas de combate e prevenção na região, com 600 bombeiros, viaturas, cinco aeronaves Air Tractors e helicópteros, a operação conta ainda com apoio da Marinha, Exército, Imasul, Defesa Civil, polícias civil e ambiental e prefeituras. Conforme o Corpo de Bombeiros estadual, no domingo  (26), foram enfrentadas diversas situações extremas de fogo que mobilizaram 173 homens na linha de frente, 17 veículos e 707 equipamentos.

 

Tenente-coronel, Vandner Valdivino Meirelles irá coordenar a Hefesto até o dia 9 de outubro e relata momentos de tensão e emoções vividos durante as ações de combate às chamas realizadas nas últimas 48 horas. No último sábado (26), uma extensa linha de fogo apareceu na região do Bracinho, margeando o Rio Paraguai-Mirim, ao Norte de Ladário, o incêndio foi controlado no domingo por uma equipe composta por 30 bombeiros, que caminharam mais de uma hora em meio à vegetação para chegar aos pontos de combate.

 

“Passamos a noite de sábado para domingo no combate direto, não tivemos o apoio aéreo no domingo devido às condições de visibilidade devido a fumaça, porém logramos êxito e mantivemos 25 bombeiros na região em trabalho de monitoramento”, explicou o comandante.

 

A região da escola Jatobazinho, localizada na margem do Rio Paraguai, ao Norte de Corumbá, também foi atingida pelas chamas, Vandner Valdivino ressalta que a chegada dos bombeiros, no último sábado, foi fundamental para impedir que o fogo atingisse a propriedade, que abriga 60 crianças das comunidades ribeirinhas em regime de internato. Durante combate ao fogo na Baía Vermelha, Serra do Amolar, um redemoinho surpreendeu os bombeiros, colocando a ação em risco devido a velocidade do fogo.

 

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