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Cotidiano Quarta-feira, 30 de Março de 2011, 14:04 - A | A

Quarta-feira, 30 de Março de 2011, 14h:04 - A | A

Liberados os acusados de atear fogo em construção

Jackeline Oliveira - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Os cinco operários que foram detidos na última quarta-feira (22), por policiais militares, acusados de atearem fogo contra a usina elétrica São Domingos, que está sendo construída entre o Rio Verde e o Rio São Domingos, foram liberados na noite desta terça-feira (29).

Cinco trabalhadores foram presos na delegacia de Água Clara. O fogo queimou seis pavilhões que eram usados para refeitório, alojamento, guarita, centro ecumênico e centro de inclusão digital.

Conforme a Eletrosul, o incêndio se deu por conta de uma briga entre trabalhadores. Na noite do ocorrido, cerca de 700 trabalhadores receberam comida e transporte pra retornarem para suas casas. Aproximadamente 300 funcionários estão instalados em hotéis.

De acordo com os cinco operários que foram detidos, não houve uma acusação contra eles e que os policiais foram escolheram os trabalhadores aleatoriamente. “Eles mandaram ir entrando nos ônibus em grupos de cinco em cinco, e aí falavam assim, ‘você fica’, e aí ficou nós cinco”, contou Francklin Ferreira dos Santos, 32 anos.

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Fotos: A. Ramos/Capital News

Os operários contam que no momento do incêndio alguns estavam no alojamento e outros trabalhando. “No momento do incêndio foi passado um radio avisando que estava pegando fogo, a multidão mandou a gente subir para pegar as coisas no alojamento, alguns não conseguiram pegar nada”, afirma Francklin.

José Afonso Soares, operário, de 22 anos disse que após os policiais terem colocados os trabalhadores nos ônibus, ele e os outros quatro operários, foram obrigados a andar a pé por cerca de dois quilômetros e que neste percurso os policiais agrediram verbal e fisicamente os trabalhadores. “Enquanto eles batiam na gente eles falavam, mesmo que vocês não tenham feito, agora vocês vão pagar, e isso é para vocês aprenderem a não por fogo nas coisas”, desabafou José.

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Fotos: A. Ramos/Capital News

Os operários disseram ainda que não tiveram tempo para resolverem sua situação com a empresa, sendo que foram liberados da cadeia na noite desta terça-feira (29). Aproveitaram ainda para agradecer ao Sindicato dos Trabalhadores de Construção Pesada. “Agradeço ao sindicato pelo que eles fizeram por nós, se não fossem eles ainda estaríamos presos”, finalizou Francklin.

Os cinco operários que foram detidos são, José Afonso Soares, Joel Carvalho dos Santos, Antonio Francisco Clementino, Francklin Ferreira dos Santos e Joel Airton de Medeiros, todos os trabalhadores são oriundos de outros estados brasileiros, e vieram para Mato Grosso do Sul para trabalhar na construção.


Por Jackeline Oliveira - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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