“Faltou vontade política, em uma sentença de morte decretada pela prefeitura de uma parte da cidade, da estória e tradição”, assim se pronunciou o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, na manhã desta segunda-feira (12). As palavras foram marcadas do inicio ao fim da entrevista coletiva na sede da entidade em Campo Grande. Maia não quis nominar, mas a fala foi direcionada ao prefeito Nelson Trad Filho, a quem coloca a não resolução do imbróglio político-judicial. Ele esteve acompanhado de membros da diretoria, mas que não se pronunciaram.
O presidente apontou o poder da caneta do chefe do executivo e que mesmo com pesquisa popular, optou em enfrentar o desgaste, por falta de vontade política com a atual direção, que atinge toda a classe dos produtores rurais e a população.
“A prefeitura não quis resolver e tomou uma decisão política. Quem é que tem a caneta na mão. Somos um elo da economia no dia-a-dia e ainda um pouco mais com a Expogrande. Um show leva 65 mil pessoas, que consomem no comércio local, formal e informal, dá emprego e renda a cidade. Mas mesmo assim e ainda com 75% da população discordando da atitude do poder público e 63% preferindo shows somente no parque Laucidio Coelho, foi barrado o maior evento da Capital e não prevaleceu o bom senso e o interesse da cidade”, declarou.
Nunca se conversou com direção
Maia revelou que se é usado dois pesos em uma medida, sendo que a vontade política ficou latente pois a direção nunca foi convocada para discutir o tema oficialmente. “Nunca fomos chamados para conversar e agora vai parar na Justiça algo que poderia ser resolvido. Onde a entidade nunca teve nenhum problema no Judiciário. E mesmo na Capital nenhum local tem licenciamento e é fiscalizado pela prefeitura ou mesmo pelo Brasil, em um evento de interesse público”, disse.
Maia mostrou ainda que não estivesse defendendo apenas um grupo. “Nossa pesquisa aponta que 80% do bairro vizinho, que dizem reclamar do Parque, defende a Feira. E nós já tínhamos reorganizado, reconhecendo que houve exageros. Tínhamos acordo se houvesse, de dois eventos por mês e a anual Expogrande. Mas não cumpriram a palavra e nem a Justiça considerou. Contudo, a vida não se estanca agora. E como não fico ad eterno e no ano que vem tem prefeito novo, vamos ver como fica a situação”, argumentou.
A Acrissul irá continuar a recorrer no Poder Judiciário superior, mas Maia alega que se tivesse “conversa” não se precisaria perder tempo e se desgatar com uma questão pequena. “Vamos recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas para a gente não tem problema judicial. Onde os próprios magistrados do Estado, dizem ou alegaram que é uma questão de somente as partes se entenderem e não intransigir”, ponderou.
Ao ser questionado se o próximo prefeito também manter as exigências, Maia somente filosofou: “Tudo se muda e se adéqua ou se muda”, finalizou.

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Foto: Deurico/Capital News