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Coluna Saúde com H

64% dos homens desenvolvem alterações anatômicas após cirurgia na próstata

Por Dr. Paulo Egydio

Da coluna Saúde com H
Artigo de responsabilidade do autor

Deformidades como afinamento e redução do pênis após cirurgia de próstata podem afetar a autoestima e a vida sexual dos pacientes

Reprodução/Freepik

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Um levantamento inédito apontou que 6 a cada 10 homens que passaram por cirurgia na região da próstata relataram alterações anatômicas no pênis, como curvaturas, afinamento ou redução do órgão. As complicações, associadas a casos da Doença de Peyronie, acendem um alerta para os cuidados necessários após o procedimento.

A pesquisa, conduzida com 1.902 pacientes atendidos pelo urologista Dr. Paulo Egydio, também revelou que a disfunção erétil é um efeito colateral frequente: 81% dos entrevistados relataram impotência após a cirurgia. O dado reforça a necessidade de ampliar a atenção médica para o impacto físico e psicológico desses pacientes.

Cirurgia pode causar alterações anatômicas no pênis

De acordo com os dados, a Doença de Peyronie pode estar associada à cirurgia de próstata, caracterizando-se pelo acúmulo de fibrose no tecido peniano. Isso pode gerar placas que provocam dor, curvatura e deformidade durante a ereção.

Entre os casos de deformidade, o afinamento do pênis, conhecido como “hour-glass”, foi o mais comum, presente em 46% dos pacientes. Essa alteração compromete tanto a estética quanto a firmeza da ereção, interferindo na penetração.

Outra mudança relatada foi a redução no comprimento peniano, observada em 31% dos homens. Essa perda está relacionada ao processo de cicatrização e ao encurtamento dos tecidos, sendo uma das queixas mais frequentes após a cirurgia.

Essas alterações exigem atenção médica, pois afetam não apenas a função sexual, mas também a autoestima e o bem-estar. O acompanhamento adequado pode ajudar a identificar soluções terapêuticas que minimizem o impacto das deformidades.

Dados mostram tratamentos utilizados pós-cirurgia

Segundo a pesquisa feita pelo Dr. Paulo Egydio, a tadalafila é o medicamento mais utilizado no tratamento da disfunção erétil após a cirurgia de próstata, sendo a opção de 67% dos pacientes.

A sildenafila, popularmente conhecida como Viagra, também é utilizada, com 36% dos homens adotando o medicamento. Apesar de sua ação mais curta, continua sendo uma alternativa para auxiliar na recuperação da função erétil.

Quando os remédios tradicionais não apresentam a resposta desejada, as injeções intracavernosas são indicadas. O Caverject foi utilizado por 17% dos pacientes, enquanto Bimix ou Trimix foram aplicados em 25% dos casos analisados.

Além dos fármacos, a fisioterapia peniana foi relatada por 17% dos homens como parte da reabilitação. Em contrapartida, 20% dos pacientes nunca buscaram qualquer tipo de tratamento.

Cuidados são necessários para reduzir danos

As alterações após a cirurgia podem gerar impactos na vida diária dos pacientes. Os sintomas afetam a função sexual e a percepção do próprio corpo, trazendo desafios práticos e emocionais.

Além disso, muitos homens sentem vergonha de relatar os sintomas, o que pode atrasar o tratamento. Esse fator pode estar relacionado aos casos que nunca buscaram intervenção para a disfunção erétil ou deformidades.

Por isso, o acompanhamento médico é considerado essencial para reduzir danos e melhorar a qualidade de vida. Medicamentos, terapias e orientação profissional ajudam a identificar soluções adequadas para cada paciente.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas ou necessidade de tratamento, a consulta com um urologista é sempre recomendada.


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Divulgação

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Dr. Paulo Egydio

Dr. Paulo Egydio
Urologista | PhD pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em cirurgia reconstrutiva peniana, com foco no tratamento da Doença de Peyronie e na implantação de próteses penianas em casos desafiadores e complexos. Formado pela USP, onde concluiu residência médica e doutorado, complementou sua formação em centros internacionais de excelência, como a Mayo Clinic e a Cleveland Clinic Foundation.

Ao longo de sua carreira, tem se dedicado ao avanço técnico-científico da urologia reconstrutiva, realizando centenas de procedimentos, incluindo cirurgias ao vivo apresentadas em universidades e congressos internacionais. Já proferiu mais de 100 palestras e participou ativamente como debatedor em eventos científicos de destaque.

É autor e coautor de mais de 50 publicações, entre artigos científicos e capítulos de livros, com contribuições relevantes para a padronização e o refinamento das técnicas cirúrgicas aplicadas à saúde sexual masculina."

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