Anunciado em março e lançado em maio nos Estados Unidos, o recurso chega a 180 países com interface conversacional e foco em personalização
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O Google deu um passo importante no uso de inteligência artificial nas buscas com o lançamento do Google AI Mode, anunciado oficialmente em 5 de março de 2025, nos EUA, e expandido em 21 de agosto para 180 países, inicialmente em inglês. O novo modo promete transformar profundamente a experiência de busca, introduzindo uma interface que vai além da lista tradicional de links.
Como funciona o Google AI Mode
Diferente da busca tradicional, que apresenta uma lista de links como resposta, o AI Mode traz uma interface conversacional, capaz de interagir de maneira mais natural com o usuário. Além disso, permite consultas multimodais: é possível digitar, falar ou até enviar imagens, vídeos e áudios para complementar uma pesquisa.
Outro ponto relevante é que a ferramenta considera o contexto da conversa. Isso significa que, em vez de respostas isoladas, o AI Mode mantém um histórico e pode trazer informações complementares de acordo com a sequência de perguntas do usuário. As respostas incluem citações e links para conteúdos originais, abrindo espaço para novas formas de exposição para marcas e veículos.
Ainda em fase experimental, há também o chamado modo “agentic”, que pode realizar pequenas tarefas com base nas preferências pessoais do usuário, como sugerir ou reservar restaurantes.
Impactos no SEO e no comportamento de busca
A principal mudança trazida pelo AI Mode é o aumento esperado das chamadas buscas zero-click, quando o usuário encontra a resposta dentro da própria interface e não precisa acessar outro site. Isso altera métricas tradicionais de desempenho em SEO, já que o simples clique em um link pode deixar de ser o principal indicador de sucesso.
Felipe Bazon, Chief SEO Officer da Hedgehog Digital, agência especializada em SEO, alerta que estamos diante de uma transformação de paradigma. “Não estamos apenas diante de uma nova interface, mas de uma forma diferente de pensar o SEO. É preciso produzir conteúdo autoral, útil e informativo para continuar relevante neste novo cenário, em que citações e contexto ganham tanto peso quanto o clique”.
Esse novo ambiente exige que marcas e produtores de conteúdo reavaliem suas estratégias, considerando indicadores mais amplos. Entre eles, a presença em respostas do AI Mode, a visibilidade da marca nas citações e até o impacto de tráfego indireto gerado por essas menções.
Como se preparar para o novo cenário
Para especialistas, como o Felipe Bazon, a adaptação passa por alguns pontos essenciais:
1. Produzir conteúdo de qualidade
O Google reforça que as diretrizes tradicionais seguem valendo. Conteúdos originais, confiáveis e relevantes continuam sendo prioridade. A diferença é que, no AI Mode, respostas repetitivas ou superficiais tendem a perder espaço.
2. Ampliar a cobertura semântica
Mais do que focar apenas em palavras-chave específicas, será preciso criar materiais que explorem diferentes ângulos de um mesmo tema, incluindo comparativos, prós e contras e informações complementares.
3. Investir em dados estruturados
A utilização de boas práticas técnicas, como marcações que ajudem o Google a identificar informações-chave, aumenta a chance de ser citado nas respostas geradas por IA.
4. Garantir credibilidade
A aplicação dos princípios de E-E-A-T (experiência, expertise, autoridade e confiabilidade) se torna ainda mais importante para destacar conteúdo em meio a uma avalanche de informações.
5. Atenção à experiência do usuário
Como a interação agora é multimodal, sites precisam oferecer usabilidade simples, respostas objetivas e clareza na organização das informações. Isso ajuda tanto o usuário quanto o próprio sistema de IA a identificar a relevância.
O futuro das buscas online
O Google AI Mode marca o início de uma nova fase. A busca online deixa de ser apenas uma lista de links e se transforma em uma experiência mais interativa e personalizada. Para usuários, significa agilidade e conveniência. Para empresas, significa a necessidade de repensar métricas, estratégias e investimentos.
Quem se adaptar rápido poderá conquistar vantagem competitiva, garantindo visibilidade e relevância mesmo em um cenário de mudanças constantes. Para os que demorarem a agir, o risco é claro: perder espaço justamente no momento em que a presença digital nunca foi tão decisiva.
No fim, o AI Mode mostra que a disputa pela atenção do usuário está cada vez mais ligada à qualidade da informação e à capacidade de adaptação. O SEO, mais do que nunca, precisa ser estratégico, integrando tecnologia, criatividade e autoridade.
