Campo Grande 00:00:00 Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025


Educação e Carreira Sábado, 21 de Junho de 2025, 13:45 - A | A

Sábado, 21 de Junho de 2025, 13h:45 - A | A

Coluna Educação e Carreira

Como preencher corretamente um RPA para garantir validade legal e fiscal

Por Thais Hott

Da coluna Educação e Carreira
Artigo de responsabilidade do autor

Documento é essencial para formalizar a prestação de serviços de profissionais autônomos e evitar problemas com o Fisco

Liubomyr Vorona/iStock

ColunaEducaçãoECarreira

..

O trabalho autônomo é uma realidade consolidada no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE em julho de 2022, cerca de 25,7 milhões de brasileiros atuavam como trabalhadores por conta própria naquela ocasião. Esse contingente expressivo reforça a importância de mecanismos que formalizam esse tipo de relação profissional.

Dentre os principais instrumentos, está o Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), documento que permite a remuneração de serviços prestados por quem não possui empresa aberta ou CNPJ. Mais do que um simples recibo, ele garante que a contratação respeite as exigências fiscais e previdenciárias, prevenindo futuros problemas com o Fisco.

Mas, afinal, o que não pode faltar em um RPA para que ele tenha validade? Antes de tudo, é indispensável incluir os dados completos do prestador de serviço: nome, CPF, endereço e, quando houver, número de inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essas informações identificam quem prestou o serviço e garantem a regularidade do recolhimento das contribuições obrigatórias.

Do lado do contratante, também devem constar o nome ou a razão social, o número do CNPJ – no caso de empresas – e o endereço. Além disso, é preciso descrever de maneira clara e objetiva o serviço realizado. Esse detalhamento evita mal-entendidos e serve como prova documental, caso surja alguma necessidade de comprovação futura.

Outro aspecto fundamental envolve os valores. O recibo deve discriminar o valor bruto acordado, assim como os descontos obrigatórios: contribuição ao INSS, Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e, dependendo do caso, Imposto Sobre Serviços (ISS). A responsabilidade de calcular e recolher esses tributos é do contratante, que também precisa repassar ao prestador o comprovante desses recolhimentos.

O valor líquido, ou seja, o montante efetivamente pago ao autônomo, também precisa estar indicado no documento, junto da data do pagamento e das assinaturas das partes envolvidas. Esses elementos são indispensáveis para dar validade jurídica ao recibo.

Para quem deseja entender como emitir o recibo de pagamento autônomo, o procedimento é relativamente simples. Existem diversos modelos disponíveis gratuitamente na internet, além de sistemas eletrônicos que facilitam o preenchimento, reduzindo o risco de erros. O uso dessas ferramentas digitais também auxilia na organização financeira, garantindo que todas as obrigações fiscais sejam cumpridas sem complicações.

Vale lembrar que o preenchimento correto do RPA não é apenas uma formalidade. Ele protege o contratante de eventuais autuações fiscais e resguarda o profissional autônomo, que passa a ter um comprovante oficial da renda obtida.

Segundo artigo publicado pelo portal Contábeis, o RPA é um recurso indispensável para trabalhadores que atuam sem vínculo empregatício, servindo, inclusive, como comprovante para financiamentos e declarações de imposto de renda.

Em um país no qual milhões de pessoas buscam na autonomia uma forma de sustento, o RPA se consolida como uma ferramenta essencial para dar segurança jurídica a essas relações. Por isso, tenha atenção aos detalhes: um RPA bem preenchido faz toda a diferença.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS