A prática culinária pode ser uma aliada na promoção da saúde mental e na construção de hábitos mais saudáveis
Nos últimos anos, especialmente após o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, muitas pessoas redescobriram o prazer de cozinhar em casa. O que antes era visto como uma obrigação rotineira passou a ser encarado como uma forma de autocuidado, lazer e escape emocional. Diversos estudos apontam que o ato de preparar as próprias refeições pode melhorar significativamente o humor, reduzir o estresse e trazer mais equilíbrio para a saúde mental.
Um desses estudos, publicado na revista Frontiers in Nutrition, revelou que participantes de cursos de culinária saudável relataram melhorias no bem-estar físico e mental, mesmo meses após o término das aulas. Segundo Joanna Rees, líder da pesquisa, “melhorar a qualidade da dieta das pessoas pode ser uma estratégia preventiva para deter ou retardar o aumento de má saúde mental, obesidade e outros distúrbios metabólicos”.
Cozinhar como prática de mindfulness e autocuidado
O ato de cozinhar envolve uma série de etapas que exigem atenção para a escolha dos ingredientes: a preparação, o cozimento e a apresentação dos pratos. Essa concentração no presente se aproxima do conceito mindfulness, que ajuda a promover relaxamento e alívio de sintomas de ansiedade. A repetição de movimentos, os aromas, a manipulação dos ingredientes e o resultado final geram uma sensação de controle e realização.
A nutricionista Kátia Souza, em entrevista ao Grupo Mateus, reforça essa percepção ao afirmar que “a gastronomia, o hábito de cozinhar, ajuda a pessoa a desenvolver inúmeras habilidades, e o que gosto nisso é que as pessoas mudam de comportamento, pois passam a interagir melhor com as outras”.
A cozinha terapêutica, como é chamada essa prática voltada ao autocuidado, também promove a alimentação mais saudável e consciente. “Ela incentiva as pessoas a consumirem alimentos naturais. O hábito de ir para a cozinha ajuda as pessoas a se libertarem dos alimentos processados e ultraprocessados. A cozinha terapêutica não ajuda apenas a mente, mas traz benefícios também ao corpo”, enfatiza Kátia.
Assim, além dos benefícios emocionais, cozinhar em casa também apresenta resultados positivos diretos sobre o corpo, transformando a relação do indivíduo com a comida.
Conexões sociais no ato de cozinhar
Cozinhar, seja para si, para família ou amigos, também envolve trocas afetivas. Esse gesto aproxima pessoas, fortalece vínculos e reforça o senso de pertencimento.
No cotidiano, mesmo uma receita simples pode ser transformada em um momento de partilha. E essa dimensão social da gastronomia contribui para o senso de comunidade e também ajuda a combater sentimentos de solidão e outros sentimentos relacionados à depressão e ansiedade.
Utensílios que tornam a prática mais prazerosa
Para quem vê a cozinha como um espaço de desacelerar, cuidar de si e desenvolver novas habilidades, investir em ferramentas práticas pode tornar a experiência ainda mais prazerosa e eficiente. Conhecer as melhores batedeiras planetárias, por exemplo, pode fazer toda a diferença tanto no preparo de receitas simples quanto das mais elaboradas, sem abrir mão da tranquilidade do processo.
Ter à disposição equipamentos que facilitam o preparo permite que o foco esteja na experiência, e não apenas na execução, o que incentiva ainda mais o hábito de cozinhar como uma forma de lazer e cuidado pessoal.