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Política Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010, 18:40 - A | A

Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010, 18h:40 - A | A

André Puccinelli anuncia que pode se afastar do cargo de governador para disputar reeleição

Marcelo Eduardo - Capital News

O governador André Puccinelli anunciou que pensa em se afastar do governo do Estado para fazer a campanha na tentativa de reeleição. A afirmação foi durante evento de inauguração da nova sede do PMDB, nos altos da Avenida Mato Grosso, que contou com a presença do governador do Paraná e pré-candidato à Presidência da República Roberto Requião.

Porém, a decisão está condicionada à opinião do vice Murilo Zauith (DEM), que pretende ser senador pelo Bloco Democrático Reformista (BDR). Se ele confirmar sua candidatura, deve deixar o cargo em abril e André não poderia se ausentar.

André disse que conversará com Murilo sobre a possibilidade de sair de licença. “Tenho que combinar com o vice. Ele quer ser candidato, se for mesmo, não posso sair.”

Durante seu discurso, André explicou que a pretensão de sair da posição de governador para fazer campanha visando o segundo mandato é para que os petistas “não reclamem”. Ele se refere à eleição para prefeito da Capital em 1996, quando derrotou José Orcírio Miranda dos Santos por diferença de 411 votos. No primeiro turno, Zeca vencia, mas, deu André. O PT discursa até hoje que houve irregularidades no pleito.

Por conta das “reclamações”, André sairia do governo “para vencer sem a máquina”, ou seja, sem apoio irregular dos recursos financeiros, logísticos e humanos da administração estadual.

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“Se estivermos sozinhos... nascemos desnudos e filhos únicos, não teremos medo”
Foto: Deurico/Capital News

Estratégia para acalmar aliados

A decisão de André viria em momento oportuno para esgotar qualquer impasse entre ele, os aliados de outras siglas e até os próprios peemedebistas “apressados” em definições políticas antes das convenções partidárias.

Tradicionais aliados, PSDB, DEM e PPS (que formam o BDR) querem lançar Murilo para senador. Se o grupo apoiasse André, esta seria uma de suas exigências para continuar o “namoro”.

Mas, André, por diversas vezes deixou transparecer o desejo de uma chapa puramente peemedebista para os cargos majoritários. Ele citou Simone e Nelsinho para o pleito ao cargo de senadores pelo PMDB. Contudo, após decisão do partido em promover prévias para decidir entre o atual senador Valter Pereira e o deputado federal Waldemir Moka sobraria somente uma vaga para o PMDB, e não seria os nomes prediletos do governador.

Sendo assim, ao oferecer o cargo de governador titular ao democrata, André garantiria mais um nome para indicar ao Senado, que poderia ser Nelsinho ou Simone.

Nelsinho poderia estar se sentido preterido em relação a Simone dentro da legenda, com possibilidade de ela ser então a próxima candidata peemedebista ao governo em 2014 e não ele, se tiver o apoio de André. Ao menos, segundo comentários de bastidores, sem confirmações. A fala de que apoia Dilma poderia ser algum tipo de aviso a André, também segundo informações não oficiais.

Se deixar o cargo, André disso que fará somente depois da convenção partidária nacional, prevista para ser realizada entre 10 e 30 de junho.

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André conversava em tom baixo com Nelsinho; durante discurso, André disse que se quem for emedebista de verdade tem que vestir a camisa do partido
Foto: Deurico/Capital News

Indiretas

André tornou a afirmar que fala de política só em 31 de março, data que estipulou como limite para que seus secretários deixem os cargos se forem ser candidatos.

Mas, soltou palavras ásperas em frases indiretas que seriam para aliados, adversários e correligionários que não estariam seguindo sua posição de não confirmar posturas em relação a alianças.

“Se estivermos sozinhos... nascemos desnudos e filhos únicos, não teremos medo”, disse, em momento que pareceu referir-se a aliados que o pressionam por decidir apoio (veja notícias relacionadas) e que ameaçam desistir do vínculo com o governador.

Afirmou que “aquele que é emedebista de verdade, que vista a camisa”. As palavras poderiam ser direcionadas a correligionário seu que começou a apresentar apoio antes da época. Nelsinho disse esta semana que prefere Dilma Rousseff (PT) a José Serra (PSDB) para presidente. Mas, em momento algum ficou claro para quem André dirigia as palavras.

Mas, a indireta que seria mais certeira foi disparada na fase final de seu discurso. “Me chama talvez de grosso, talvez de ‘carcamano’. Mas, o André não é ladrão e nem vagabundo. Não tomo cachaça pelas esquinas, nem nas barrancas do Rio Paraguai.” Logo em seguida (de imediato), emendou: “Posso me licenciar do governo para fazer campanha fora da ‘máquina’ se o vice topar”, incrementando que queria vencer assim para que os adversários “não reclamassem”. Zeca é de Porto Murtinho, município que fica às margens do Rio Paraguai. Nos bastidores, houve riso [a maioria presente no local, logicamente era peemedebista], e muitos cochichavam dizendo que as afirmações seriam em alusão ao ex-governador.

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

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