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Cotidiano Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010, 13:00 - A | A

Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010, 13h:00 - A | A

Parabéns Cidade Morena pelos 111 anos

Família Capital News

Logo após a decadência de minas de ouro nas regiões de Cuiabá (no então centro-norte do antigo Mato Grosso Uno) e de Minas Gerais provocam a migração grande para terras mais ao sul. Cuiabanos, mineiros, paulistas, goianos começaram a “descer” para cá. O pessoal do sul do Brasil que buscava riquezas mais ao norte também começaram a parar pelo sul do Mato Grosso. Vieram gaúchos, catarinenses e paranaenses.

São fundados os primeiros núcleos familiares por estas terras de Pantanal e de campos de vacaria.

Em 1872, o mineiro José Antônio Pereira acompanhado de dois de seus filhos e mais alguns homens sai de Monte Alegre (MG) e chega a um lindo local de campos verdejantes e largos.

Segundo contam os livros e documentos de histórias, foi um dos primeiros a fixar morada nesta região. Resolveu parar entre dois córregos, o Segredo e o Prosa. Ali, havia alguns posseiros que cultivavam milho.

O viço do produto teria chamado a atenção de Pereira. Então, resolveu parar por ali por um tempo. Retornou a Minas, mas, segundo as pesquisas, voltou para a terra que havia avistado após três anos.

Em agosto de 1875, José Antônio Pereira, conduzindo sua expedição composta de 11 carros mineiros, chega por aqui – Campo Grande – novamente. Em seguida à sua chegada José Antônio Pereira se entende com Manuel Vieira de Souza, outro mineiro que veio para estas bandas do Brasil, e se juntam para organizar a ocupação do grupo de pessoas que se tornaria vilarejo.

Segundo estuda do Arquivo Histórico de Campo Grande (Arca), a história oral admite que José Antônio Pereira não é o primeiro desbravador a instalar moradia na confluência dos córregos Prosa e Segredo, ela aponta, também, a existência de uma comunidade negra, no Cascudo, hoje Bairro São Francisco, a famosa comunidade Tia Eva.
Mas, Pereira teria orientado as demarcações das posses, procurando harmonizar os interesses das pessoas que viriam a se fixar no vilarejo.

Não demora muito, Campo Grande ganha características de um vilarejo em desenvolvimento, devido, principalmente, à qualidade de sua terra para o plantio.

Encostada na Serra de Maracaju, Campo Grande vira povoado.  

A primeira escola nasceu em 1889, fundada pelo mestre-escola (um tipo de professor da época) José Rodrigues Benfica, gaúcho e ex-combatente da Guerra do Paraguai.

Principalmente por conta desse ato e do aumento do comércio por aqui, o governo da província de Mato Grosso, através da lei provincial 792, de 23 de novembro de 1889, cria no município de Nioaque o distrito de Paz de Campo Grande.

Dez anos à frente, a lei 225, de 26 de agosto de 1899, eleva Campo Grande à categoria de vila e determina a criação do Município, desanexando-o da comarca de Nioaque.

Maria Fumaça: símbolo campo-grandense

Quem conta a história de Campo Grande e não relata o trem Maria Fumaça, com funcionamento a carvão, deixa passar uma de suas mais ricas passagens.

Ainda no século XIX, contrato assinado entre o governo Federal e a Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil permite que ela passe a influir infraestrutura da cidade.

Pois, claro, logo tratou de traçar uma linha férrea por aqui.

Desde então, Campo Grande continua com o trajeto urbano proposto pela companhia. Há um centro estabelecido, onde se localizam as casas comerciais, residências, sede de alguns órgãos públicos. Antes, esta área era da Avenida Calógeras à 14 de Julho, e entre as avenidas Mato Grosso à Afonso Pena, logicamente, bem mais modestas do que em suas formas atuais.

Em 1921, segundo o Arca, este planejamento permite a expansão da cidade com o surgimento do Bairro Amambaí, área destinada a casas de militares, que, até hoje, estão por ali.

Em 14 de outubro de 1914 chega a Campo Grande a comitiva que realizava a inauguração oficial da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

Dizem, que da ferrovia nasceu o apelido de Campo Grande: Cidade Morena. A terra roxa, fértil levantava poeira que ia para as casas e para as pessoas. Resultado, pés descalços, vestimentas, paredes de casas... tudo vermelho, tudo morena, como a terra morena da Cidade Morena.

Pois bem, a ferrovia provoca o fluxo de imigrantes. Como ia até Bauru (SP), trouxe muita gente que vinha de fora do Brasil e começava a se instalar por ali. Chegaram japoneses, italianos, portugueses e árabes.

Influências de nossos vizinhos paraguaios e bolivianos também foram grandes. Ela se dá principalmente na música e culinária. Sopa paraguaia, chipa, tereré e polca, são algumas das influências deles por aqui.

Os indígenas também tem sua contribuição para a cultura da cidade. Hoje, é costume ir à Feira Indígena comprar guavira, famosa fruta do cerrado.

Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a ter aldeia urbana, a Marçal de Souza.

Nascida de um conglomerado entre os córregos Prosa e Segredo, Campo Grande foi erguida a Capital quando da divisão do Mato Grosso em 1977.

Hoje, a Cidade Morena, é reconhecida por suas vias amplas, por ser uma cidade em desenvolvimento econômico e social sem esquecer do meio ambiente, já que é uma das mais arborizadas do Brasil – alguns dados a colocam somente atrás de Teresina (PI), dentre as capitais com mais árvores.

Oficialmente, segundo o senso mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do município é de 755.107 habitantes, mas, estima-se que tenha chegado próxima a 850 mil.

Esta Cidade Morena com toques de cosmopolita e interiorana ao mesmo tempo completa nesta quinta-feira (26 de agosto) 111 anos. O Capital News deseja a todo campo-grandense (de nascimento ou por escolha) muitas felicidades e realizações. E que Campo Grande continue crescendo econômica, política e socialmente sem esquecer de suas belezas naturais.(Com informações do Arca)

 

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