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Saúde Sexta-feira, 06 de Novembro de 2009, 12:40 - A | A

Sexta-feira, 06 de Novembro de 2009, 12h:40 - A | A

Hospital do Trauma da Capital voltará a ser construído com mais R$ 3,2 milhões vindos do Ministério da Saúde

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Daqui a dez dias será assinado termo aditivo para liberação de R$ 3,2 milhões para continuidade das obras do Hospital do Trauma, anexo à Santa Casa. Imediatamente, afirma o prefeito Nelsinho Trad (PMDB), começa a abertura de licitação. O chefe do Executivo Municipal esteve na manhã desta sexta-feira, 6 de novembro, reunido em seu gabinete na Esplanada Ferroviária, com representantes da bancada federal, das secretarias de Saúde do Estado e do Município, Ministérios Públicos Estadual e Federal e a junta administrativa da Santa Casa.

O novo espaço contará com 128 novos leitos, seis salas de cirurgia e dez leitos de CTI (Centro de Terapia Intensiva). Cinco leitos da Santa Casa devem ser disponibilizados a outras especialidades, após a construção. O prédio novo usará instalações da Santa Casa, já que terá um corredor ligando os dois estabelecimentos. Isso, segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ajudará a diminuir os custos para construção e contratação de pessoal. “Em um hospital como este, precisa de cerca de 500 profissionais (envolvendo saúde, porteiro, cozinha, limpeza). Mas, vai precisar de bem menos – não sei quanto – porque vamos usar a estrutura da Santa Casa.”

O recurso milionário para a construção vem diretamente do Ministério da Saúde – também presente no encontro – e soma aos R$ 3,771 mil que já haviam sido investidos. A obra havia sido embargada por glosa (espécie de irregularidade), também conseguidos via esta instituição.

No encontro, foi assinado entre todas as entidades presentes um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), em que se comprometeu-se que o dinheiro será usado exclusivamente para a construção de um Hospital do Trauma e que garanta que só receberá atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde).

“Será celebrado um TAC aqui. Após dez dias, vai ser assinado um termo aditivo para liberação. Depois, já de imediato, haverá o início do processo licitatório. O TAC foi necessário devido a uma série de problemas que sempre teve na Associação Beneficente de Campo Grande [proprietária da Santa Casa]. E isso [TAC] foi importante para garantir a efetividade da qualidade de atendimento”, explica Nelsinho.

As irregularidades foram mudanças no projeto arquitetônico desde 2002. Inicialmente, o espaço seria uma nova maternidade. Mas, mudou-se para que fosse um atendimento restrito a traumas. Isso gerou embargo solicitado pelo Ministério Público por desvio de objetivo.

Dívida

Após vista a irregularidade no projeto arquitetônico, a Justiça ordenou que a Sociedade Beneficente devolvesse R$ 1,5 milhões. Com diálogo após trabalho da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), houve certeza de que o valor poderia ser baixado a R$ 240 mil. “Vocês perguntam [cita os jornalistas]: ‘Houve contrapartida da Prefeitura? Aí, eu respondo, foram investidos R$ 1,5 milhão investidos de forma diferente do previsto no projeto arquitetônico original. Nós tivemos que pegar a planta original, ver o que foi feito igual e o que foi feito diferente e conseguimos baixar para uma dívida de R$ 240 mil.”

Equipamentos

Conforme a secretária de Estado de Saúde Beatriz Dobashi, ainda não há garantias da aquisição de equipamentos. Seriam, segundo ela, precisos R$ 8 milhões para equipar todo o hospital. “Vamos pedir para colocar no Orçamento da União 2010. Fora isso, não tem garantia.”

Mas, conforme o secretário Mandetta, muitos dos equipamentos já foram adquiridos. “Eu tenho muita coisa já. Não sei dizer ainda com certeza enquanto que este valor vai baixar, mas vai. Tenho após convênio com o Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia). Os equipamentos estão sendo usados já. Eu só vou migrá-los para o hospital novo. Eu já tenho um intensificador de imagem e uma cama de cirurgia radioterápica. Só o intensificador é algo que custa uns R$ 400 mil. Vou precisar, com certeza, adquirir novos leitos, camas, suporte de soro, raio x, tomografia, vou precisar informatizar todo o hospital. Então, vai ter um custo alto, que será diminuído porque já contamos com alguns equipamentos, mas, vai haver custo”, expõe Mandetta.

Entradas diferentes

O novo hospital vai contar com uma hierarquização de urgência. Serão portas para traumas de baixa, médio e alta complexidade. “A gente quer abrir com isso regulado. Por exemplo, um rapaz tem uma entorse no tornozelo. Isso é trauma, mas de pequeno porte. Através do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], um rapaz que sofreu um traumatismo craniano, num acidente, vai chegar lá [no hospital] e já ser recebido por outra porta de entrada. As necessidades de traumas graves serão determinadas pelo Samu”, explica Mandetta.

Serviço

Também estiveram na reunião: deputado federal Wlademir Moka; a promotora de Justiça do MPE, Sara Francisco; os procuradores da República do MPF, Felipe Fritz Braga e Ramiro Rockembach; Carlos Barbosa, diretor clínico da Santa Casa; Luiz Alberto Karamura, vice-diretor clínico da Santa Casa; Leandro Martins, secretário adjunto da Sesau; Jonas Ratier Moreno, procurador do MPT; Salim Cheade, diretor administrativo da junta interventora da Santa Casa; Cleusa da Silveira Bernardo, Ministério da Saúde; Raimunda Nina Carvalho Cordeiro, Ministério da Saúde; Luiz Carlos Cury, Ministério da Saúde; e Silvia Banbokian, Ministério da Saúde.

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Mandetta diz ainda que Sesau já tem parte dos equipamentos necessários para o funcionamento do hospital
Foto: Deurico/Capital News

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

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