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Polícia Quarta-feira, 09 de Setembro de 2009, 13:41 - A | A

Quarta-feira, 09 de Setembro de 2009, 13h:41 - A | A

No instante em que Câmara discute \"Paz no Trânsito\", dois graves acidentes deixam feridos na Capital

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A Câmara dos Vereadores da Capital realizou audiência pública na manhã desta quarta-feira, 9 de setembro, para discutir a Paz no Trânsito. O debate estava marcado para começar às 9h, mas teve início perto das 10h. Durante o evento, a equipe de reportagem do Capital News flagrou dois acidentes em avenidas da Capital. No primeiro, duas motos se chocam e, no outro, um caminhão atropela um motociclista.

Audiência

Vários vereadores discursaram durante o evento na Câmara. Vanderlei Cabeludo (PMDB) se emocionou. O parlamentar recordou-se do filho, morto aos 12 anos de idade vítima de um acidente de trânsito ocorrido em 2002 em uma rodovia do Estado.

“Meu filho estava vindo do interior para Campo Grande quando uma carreta bateu no carro que ele estava.” Além do filho de Cabeludo, morreram seu então chefe de campanha e os filhos dele.

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Audiência pública na Câmara Municipal trata de melhorias para termos "Paz no Trânsito"
Foto: Deurico/Capital News

Cabeludo é o presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara.

No final da audiência decidiu-se que no sábado começará uma campanha de conscientização. “Estaremos sábado no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 14 de Julho entregando saquinhos plástico de lixo aos motoristas, imãs de geladeira com dizeres sobre segurança no trânsito, adesivos sobre o tema e panfletos de esclarecimento”, explicou o presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB).

“Ele deu seta para a esquerda e entrou à direita”

Um caminhão atropelou um motociclista no cruzamento entre a avenida Ricardo Brandão e rua Nova Era, nas proximidades da Câmara Municipal de Campo Grande. Segundo testemunhas, o motorista deu seta informando que faria manobra para a esquerda e fez para a direita. O veículo Scania placa JYQ-4240 (de Várzea Grande – MT) é do tipo baú e pertence à empresa Colchões Ortobom. O motoentregador Mauro Correia Santiago sofreu uma fratura exposta na perna esquerda, além de hematomas nas costelas, e foi encaminhado para a Santa Casa. A vítima estava na moto Honda Titan HQO-7025 (de Campo Grande), que teve o guidom e roda dianteira [que ficou embaixo da roda dianteira direita do caminhão] bastante danificados.

“Ele deu seta para a esquerda e entrou à direita. Eu estava bem atrás e vi tudo. O rapaz [motociclista], coitado, não pôde fazer nada. É só ver o tamanho da freada dele [são cerca de dez metros de marcas de pneu no chão]. Uma moto não tem como parar assim de repente, ela derrapa. Eu não estava correndo, então, ele também vinha de vagar. Mas o caminhão virou com tudo”, relata um motociclista que presenciou o acidente, mas não quis se identificar.

O vigia que trabalha em um estabelecimento ao lado do acidente presenciou todo o ocorrido. “Vi tudo. Ele [o caminhoneiro] deu seta para a esquerda e virou para a direita. O motoqueiro nem tinha como parar porque foi muito encima”, conta Edmir Vieira de Lima.

Os dois veículos seguiam sentido Centro/Câmara. O motociclista seguiu reto, porém, o motociclista fez a conversão para a direita, segundo testemunhas. O motociclista atingiu o tanque de combustível do caminhão e foi jogado a cerca de quatro metros do local do impacto. “A sorte dele foi essa porque se ele fica preso na moto a roda do caminhão ia esmagar ele que nem fez com a roda da moto”, diz Nicola Batista, morador da região, que passava por ali.

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Caminhão atropela motociclista; roda dianteira da moto ficou sob roda do caminhão
Foto: Deurico/Capital News

“Bateu sim. Não... eu dei seta para a esquerda e ele veio com tudo. Não deu tempo de nada, ele ‘tava’ correndo.” O Capital News chegou no momento em que o motorista conversava [em voz alta] com alguém ao telefone – provavelmente da empresa onde trabalha. Ele não quis comentar o acidente. Indagado por nossa equipe se teria dado seta para a esquerda [como durante seu diálogo ao telefone], ele parou um instante e respondeu que “foi para a direita”. “É que fico até nervoso com isso”, disse.

Ele estava com o pé esquerdo envolvido em uma tala de gesso e confessou à nossa equipe que estava dirigindo assim. “Isso aqui eu coloquei ontem. Fui no médico, mas é coisa boba ‘ó’ [diz, batendo o pé no chão para tentar exemplificar que estava bem e apto a dirigir.

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Motorista diz que dirigia caminhão com o pé já machucado
Foto: Deurico/Capital News

Ele não quis comentar sobre nada e não permitiu ser identificado, mas, pelo teor da conversa ao telefone, o motorista veio realmente de outro Estado há pouco para fazer uma entrega por aqui e, talvez, tenha viajado por um longo período sem dormir ou poderia não conhecer o local. Porém, são especulações das testemunhas. O motorista preferiu não conceder entrevista.

Amarelo é sinal de atenção e não de “ainda dá tempo”

Pressa e desatenção ocasionaram outro acidente na manhã de hoje na Capital. Duas motos colidiram no cruzamento entre as avenidas Ernesto Geisel e Fernando Correa da Costa, no Horto Florestal, centro da cidade. Um motociclista sofreu um corte profundo no tornozelo direito e precisará receber vários pontos, segundo sargento bombeiro militar.

“Eu vinha rápido porque o sinal ficou amarelo para mim e eu acelerei para conseguir passar, mas [outro motociclista] vinha também já querendo ganhar velocidade”, explica o motociclista A. B..

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Motociclistas batem em frente ao Horto Florestal, na aveinda Ernesto Geisel
Foto: Deurico/Capital News

A. B. vinha pela Ernesto Geisel sentido bairro/Centro em sua moto Honda Titan placa HSO-3502 (de Campo Grande). O outro motociclista envolvido, J. L. M. J., fazia a curva saindo da Fernando Correia e pegando a Geisel.

“Não deu tempo de parar. A moto dele é mais pesada [Yamaha YBR placa HSH-8515 – de Campo Grande]. Era para ‘eu’ estar pior. Ele caiu. Ainda bem que não tinha ninguém com a gente, estávamos sozinhos”, conta A. B..

“Amarelo não quer dizer ‘ainda dá tempo’”, comentou um curioso que acompanhava o socorro feito pelo Corpo de Bombeiros.

Por: Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)

 

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