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Polícia Quarta-feira, 17 de Junho de 2009, 16:32 - A | A

Quarta-feira, 17 de Junho de 2009, 16h:32 - A | A

Mesmo com Lei Seca, aumentam mortes no trânsito da Capital

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Dados levantados pelo Ministério da Saúde apontam que o trânsito em Campo Grande continua matando, mesmo após a Lei seca, instituída em 20 de junho de 2008; que seria para reduzir os riscos nas estradas. Enquanto outras capitais apresentaram diminuição no número de acidentes fatais, a Cidade Morena teve aumento. A porcentagem de mortes foi 8,4% superior em 2008 em relação ao mesmo período de 2007.

O total de acidentes foi de 2.904 no segundo semestre de 2007 (época em que não existia a Lei) e de 2.780 no segundo semestre de 2008. Porém, a diminuição no número de acidentes pouco importa frente aos dados que relatam as mortes no trânsito. O número de mortes no segundo semestre de 2008 foi de 116, em 2007 (também no segundo semestre) foram 107.

Os levantamentos dos dados relevantes a 2009 ainda não estão completamente prontos. Mas, os divulgados hoje pelo Ministério da Saúde colocam Campo Grande entre as cidades mais perigosas do Brasil, quando o assunto é violência no trânsito.

Ainda de acordo com o estudo divulgado hoje, em Brasília, o número de internações provocadas por estes acidentes nas capitais brasileiras reduziu de 105.904 no segundo semestre de 2007, para 81.359, no segundo semestre de 2008. Ao todo, foram menos 24.545 hospitalizações, queda de 23% nos atendimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O impacto da Lei, segundo o Ministério, é positivo. No segundo semestre de 2008, foram registradas 2.723 mortes relacionados ao trânsito, contra 3.519, no segundo semestre de 2007: menos 796 óbitos, diminuição de 22,5%. Não é isto, no entanto, que se vê nas vias e hospitais de Campo Grande.

Falta de punição

Para Eduardo Cury, responsável pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) a “falta de punição” é o principal fator que contribuiu para o aumento do número de mortes em Campo Grande.

Em entrevista concedida ao Capital News, Cury afirmou que o Samu busca denunciar toda forma de violência, além de socorrer as vítimas. “O que a gente vem denunciando a bastante tempo é isso. Falta fiscalização e falta punição. Não tem como admitir que uma pessoa que dirige alcoolizada e causa uma morte seja enquadrado em homicídio culposo; tem que ser doloso".

O Samu atende uma média de mil acidentes de trânsito por mês, número que leva Cury a acreditar que os dados levantados pelo Ministério não dão conta de toda a realidade. “Deve ser bem maior. A OMS [Organização Mundial da Saúde] conta como morte causada pelo trânsito aquela que acontece em até 30 dias após o acidente. Nós, Samu, ainda não temos este levantamento”, finaliza Cury.
 

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