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Polícia Quinta-feira, 30 de Abril de 2009, 12:08 - A | A

Quinta-feira, 30 de Abril de 2009, 12h:08 - A | A

Polícia finalmente soluciona \"Caso Dudu\" em Campo Grande

Manuela Barem e Reginaldo Rizzo - Redação Capital News

O mistério do desaparecimento do menino Luiz Eduardo Gonçalves, o “Caso Dudu”, foi finalmente solucionado pela Polícia Civil. Dudu tinha 10 anos quando sumiu, em 22 de dezembro de 2007 e o caso gerou comoção na Capital. Investigadores descobriram que o menino foi brutalmente assassinado por seu ex-padastro, José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, e mais quatro cúmplices, sendo três deles adolescentes. Dudu foi espancado, morto e enterrado em um terreno próximo à casa de Cido, no Jardim das Hortênsias.

A conclusão do caso foi divulgada à imprensa na manhã de hoje (30) em entrevista coletiva na Diretoria Geral de Polícia Civil. Estão presos por participação no crime três adolescentes, sendo uma menina de 16 anos e dois meninos de 17 e 18 anos, o jovem Holly Lee de Souza, de 22 anos e Cido.A delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), Maria de Lourdes Souza Cano, fez um relato e apresentou provas circunstanciais que levaram a autoria do crime.

A solução do caso foi possível pela confissão de um adolescente interno de uma Unidade Educacional de Internação (Unei) que confessou envolvimento no crime e relatou como tudo aconteceu. A história contada pelo adolescente ganhou peso após a descoberta de uma ossada humana de uma pessoa entre os 8 e 18 anos no local onde, segundo o adolescente, Dudu teria sido enterrado. Os peritos ainda não confirmaram se o corpo é mesmo o do garoto, mas pelo processo investigatório a polícia acredita que seja mesmo a ossada de Dudu.

Cido, que orquestrou o crime, está preso no Garras e ainda não confessou sua participação, que teria acontecido por motivos passionais. Separado da mãe de Dudu, Cido teria encontrado no assassinato do menino uma forma de causar sofrimento à ex-mulher. Uma testemunha teria ouvido "Cido" gritar: "Você vai pagar pelo o que sua mãe fez comigo."

O crime

Cido contratou os adolescentes e Holly Lee por R$ 100 para espancarem e enterrarem Dudu. Após cercarem e baterem no menino na Rua Clevelândia, no Jardim das Hortênsias, os agressores o levaram para o interior da casa do ex-padrasto, onde ele foi amordaçado, teve suas pernas e braços amarrados e novamente espancado. Ainda com vida, Dudu foi levado para um terreno úmido e arenoso em frente à casa de Cido, conhecido como Mangal. Ali ele foi agredido até a morte e enterrado em um saco plástico.

Um mês depois os agressores voltaram ao local, desenterraram o corpo, esquartejaram-no com a ajuda de um machado, atearam fogo e o enterraram novamente. Há indícios de os envolvidos terem participado de um ritual de magia negra neste momento. Os assassinos de Dudu ainda colocaram uma caixa de fósforo e restos de pasta-base junto com roupas do garoto em um local próximo de onde o enterraram . A intenção era “plantar” uma suspeita de que Dudu funcionasse como “aviãozinho” para o tráfico, ou seja, fizesse o transporte de drogas para traficantes.

A solução do caso

A delegada Maria de Lourdes afirma que este foi um dos casos mais complexos para se resolver “por causa da frieza dos autores”. Desde o desaparecimento de Dudu, foram ouvidas cerca de 30 pessoas, segundo ela afirma. O desfecho veio com a confissão de testemunhas que viram Dudu ser espancado em frente à casa de seu ex-padastro.


Agora o “Caso Dudu” será mandado para o poder judiciário. Cido é indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Holly Lee, que já tinha um mandado por tentativa de homicídio e também por falsa identidade, será indiciado por homicídio doloso, assim como os outros três adolescentes que estão internados em Uneis diferentes há cerca de um mês. A polícia autorizou eles concederem entrevista na tarde de hoje, a partir das 16 horas no Centro de Polícia Especializada da Capital (Cepol), caso eles queiram se pronunciar.
 

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