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Rural Quinta-feira, 23 de Abril de 2009, 13:03 - A | A

Quinta-feira, 23 de Abril de 2009, 13h:03 - A | A

Produtores querem \"boicotar\" Frigorífico Independência

Manuela Barem e Reginaldo Rizzo - Redação Capital News

Cerca de 190 produtores rurais de Mato Grosso do Sul demonstraram interesse em se unir para cobrar suas dívidas com o Frigorífico Independência que anunciou a reabertura da sua unidade em Nova Andradina nesta semana. Além do município, o frigorífico que parou de funcionar em fevereiro por falta de "circulação em caixa",  tinha unidades em Campo Grande e Anastácio. O fechamento deixou um "rombo" de aproximadamente R$ 50 milhões no bolso de cerca de 250 pecuaristas do Estado que forneciam seus produtos à prazo ao frigorífico.

A reunião foi organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) para analisar junto com os produtores rurais, credores da empresa, se a reabertura da unidade de Nova Andradina será interessante para os pecuaristas, que agora cobram uma solução a dívida. "Os pecuaristas tem que ter pelo menos um acordo extra-judicial onde o frigorífico se comprometa a pagar os fornecedores. É difícil segurar essa situação porque os produtores estão jogados às traças", opina o presidente da União Democrática Ruralista (UDR),  Luiz Antônio Nabhan Garcia.

O casal de pecuaristas Gláudio Garcete e Eronildes Cândido da Silva se mostra revoltado com a atitude do frigorífico, que lhes deve R$ 100 mil. "É um roubo porque a nossa única sobrevivência é essa. Quem nos vende sal e vermífugo não quer nem saber se não recebemos nosso dinheiro", dizem. Ao fim da reunião, já surgia entre os participantes a ideia de unir os credores para fortalecer a pressão de um compromisso do frigorífico com eles. A recomendação inicial é não mais vender à prazo, somente à vista. O presidente da Associação Brasileira de Agropecuária (Abrapec), Geraldo Perri Morais, sugeriu ainda a não comercialização de gado com o frigorífico caso não seja firmado qualquer acordo, idéia que se disseminou entre os pecuaristas, deixando clara a possibilidade de um boicote à empresa.

 

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