O microempresário Moacir Paim de Moura, de 49 anos, natural da cidade de Bonito (MS), foi assassinado dentro da própria casa, em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, na noite da última quinta-feira. Ele foi espancado, imobilizado e teve o rosto todo envolvido por fita plástica adesiva enquanto sua mulher, uma dona de casa de 30 anos e as filhas, de 5, 7 e 11 anos, estavam trancadas no quarto vizinho, sob a vigilância de um dos três criminosos. Segundo informações da Polícia Militar, a casa foi toda revirada, mas aparentemente nada foi roubado. O crime será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Conforme o relato da dona de casa aos policiais, três homens encapuzados - dois deles armados - invadiram a residência, na Avenida Moacir Dantas Itapicuru, por volta das 18h. Eles perguntaram insistentemente onde Moura guardava o dinheiro. Como ela não soube dizer, os bandidos resolveram esperar a chegada do microempresário.
Cerca de meia hora depois, Moura chegou em casa com as três filhas, que ele havia acabado de pegar na escola. Os bandidos então trancaram a mulher e as crianças em um quarto. Um deles ficou na porta vigiando a família, enquanto o microempresário foi levado ao quarto do casal. A dona de casa contou ter ouvido o barulho da fita adesiva, de luta corporal e os gemidos do marido. Segundo a polícia, o quarto do casal foi revirado e as roupas foram espalhadas pelo imóvel.
Antes de deixarem a residência, por volta das 19h, os criminosos ameaçaram a família, afirmando que eles não deveriam chamar a polícia porque um comparsa ficaria vigiando a casa. Ao perceber que os bandidos tinham deixado o local, a dona de casa abriu uma janela que fica nos fundos do imóvel e começou a gritar por socorro. Um vizinho ouviu o chamado, conseguiu entrar pela porta dos fundos e libertar as vítimas.
A PM foi acionada às 19h50 e teve de arrombar a porta da frente da casa e do quarto onde estava Moura. Lá, os policiais encontraram o corpo do microempresário, sobre a cama, com sinais de espancamento. Além do rosto totalmente envolto em fita adesiva, ele também teve os pés e mãos colados. De acordo com os PMs, tudo isso foi feito enquanto Moura ainda estava vivo. A vítima teria morrido em decorrência de espancamento e de asfixia.
O caso foi registrado no 22º Distrito Policial (São Miguel Paulista), mas é investigado pelo DHPP. Segundo a polícia, a mulher do empresário contou que havia sido sequestrada há cerca de seis meses e teria sido libertada após o pagamento do resgate, que teria sido dividido em duas parcelas. Após o suposto sequestro, a família mudou da casa onde morava para Avenida Moacir, onde vivem há cerca de dois meses, segundo a polícia.
Os policiais não acreditam que o assassinato tenha ocorrido por vingança por parte dos supostos sequestradores. "Trabalhamos com a hipótese de roubo seguido de morte porque a principal testemunha (mulher de Moacir) afirmou que os assassinos entraram lá com o objetivo de assaltar", explicou o delegado titular da divisão de homicídios do DHPP Marcos Carneiro.
A mulher do microempresário não soube informar se algo foi roubado. Investigadores do DHPP vasculharam o bairro onde o casal morava, mas não encontraram os assassinos. A mulher do empresário será ouvida na segunda-feira, o que deverá ajudar nas investigações. O corpo de Moacir foi enterrado ontem no Cemitério da Vila Alpina, na zona leste. (Fonte: Agência Estado / Redação MS Record)
