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Cotidiano Terça-feira, 14 de Junho de 2011, 17:14 - A | A

Terça-feira, 14 de Junho de 2011, 17h:14 - A | A

Acusado de matar segurança nega agressão e juiz ouve últimas testemunhas do caso

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Foram ouvidas nesta terça-feira (14) as testemunhas da defesa do caso da morte do segurança Jefferson Bruno Gomes Escobar, o Brunão. O acadêmico de direito Christiano Luna de Almeida é apontado como o autor da morte do segurança, ocorrida no dia 19 de março durante uma briga em um bar no centro de Campo Grande.

Entre as oito testemunhas ouvidas, os depoimentos mais aguardados eram o do professor de artes marciais Edemir Elias Fermino e da delegada responsável pelas investigações do caso, Daniela Kades de Oliveira.

O professor de artes marciais e presidente da federação de jiu jitsu, Edemir Elias, alegou que não verificou nenhum golpe específico de artes marciais, após analisar as imagens registradas pelas câmeras de segurança no dia do crime. Segundo o professor, os golpes desferidos por Christiano, no momento em que estava no chão são movimentos “à esmo” e sem direção. “O que pode ser visto no vídeo é a reação comum de qualquer pessoa que se encontra com as costas no chão. São movimentos à esmo” afirmou o professor. O argumento de que Christiano teria desferido pontapés sem direção e à esmo para se defender de possíveis agressões de seguranças, é uma das principais alegações do advogado do acusado, Ricardo Trad.

Três amigos que estavam com Christiano no dia do crime também foram ouvidos hoje e foram questionados pela promotoria sobre as alterações em seus depoimentos, principalmente quando declararam que não sabiam para onde o acusado teria ido após a briga. As testemunhas alegaram nervosismo em seu primeiro depoimento, porém alegaram ter contado a versão completa dos fatos em um segundo depoimento.

Análise equívoca

Já em relação ao depoimento da delegada da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Daniela Kades de Oliveira, a defesa do acusado manteve o questionamento sobre o tipo de indiciamento dado ao acadêmico. Para a delegada, após as investigações minuciosas sobre o crime, Christiano foi indiciado por homicídio doloso simples por dolo eventual, contrariando a análise da primeira investigação do fato, realizada pelo delegado plantonista no dia do crime, João Eduardo Santana, que classificou o caso como lesão corporal seguida de morte.

Durante o depoimento, a delegada reafirmou que os dados das investigações estavam precisos e apontavam o crime como homicídio simples. A defesa contrariada, alegou que a delegada teria feito uma análise equivocada do caso e ainda “sugeriu” que voltasse a mesma retornase aos bancos acadêmicos. Em entrevista após o depoimento da delegada, o advogado Ricardo Trad, pediu desculpas pelas declarações, alegando ter deixado se levar pelo lado emocional, porém manteve a opinião de que o caso estaria sendo mau conduzido.

Acusado nega agressão à segurança

O juiz Aluízio Pereira dos Santos também ouviu nesta tarde o acusado, Christiano Luna de Almeida. O acadêmico confirmou que havia ingerido bebidas alcoólicas no dia do crime assim como teria passado a mão nas nádegas de um dos garçons, o que gerou toda a confusão no estabelecimento. Em depoimento, Christiano classificou o ato como uma “brincadeira infeliz”.

Sobre as agressões, o acusado negou ter agredido os seguranças, ao ser questionado pelo juiz sobre as imagens que mostravam Christiano desferindo chutes, o acusado afirmou que eram movimentos à esmo na tentativa de se defender. Christiano também nega ter brigado pela 2ª vez com o segurança Jefferson Bruno, após terem sido separados. Testemunhas da acusação afirmaram que o acadêmico, após ter sido separado da confusão com os seguranças, voltou a brigar com Brunão, que já estava passando mal. Em seu depoimento, o acusado também disse ter sofrido coação durante seu depoimento na delegacia, porém foi questionado pela promotoria, já que ele estava acompanhado de um advogado quando era ouvido na delegacia.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos receberá as alegações finais tanto da defesa e da promotoria até o dia 21 (terça-feira), onde analisará os para concluir o caso. “Em um prazo de oito dias já teremos a conclusão de como será encaminhado este caso, que praticamente está em sua fase final. Dependendo da análise, o acusado pode ser absolvido, julgado por lesão corporal ou homicídio simples por dolo eventual, o que o leva a júri popular” afirmou o juiz.

O estudante foi acusado de matar o segrança, após uma briga em uma casa noturna na Avenida Afonso Pena no dia 19 de março. Após ser retirado do bar por Brunão, o segurança e Christiano teriam começado a brigar em frente ao bar. Logo após as agressões, Christiano fugiu do local e Jeferson começou a passar mal, morrendo logo em seguida.


Por Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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