Campo Grande Quarta-feira, 15 de Maio de 2024



Cotidiano Sábado, 28 de Maio de 2011, 10:25 - A | A

Sábado, 28 de Maio de 2011, 10h:25 - A | A

Adolescente que extorquia colegas vai ser punido com castigo

Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O adolecente, 13 anos, que extorquia dinheiro de colegas, vai cumprir três meses de "castigo" prestando serviço na escola onde praticou a infração, além de apresentar trabalho sobre bullying, sobre extorsão e sobre ato infracional, conforme informações do promotor de Justiça, Sérgio Harfouche. A mãe do garato terá ainda de devolver o dinheiro extorquido das vítimas até o dia 31 de maio.

O adolescente foi flagrado no dia 18 de maio, no terminal Guaicurus, em Campo Grande, quando iria receber R$ 40 de outro garoto e registrado na Delegacia Especializada de Atendimento á Infância e á Juventude (Deaij). O adolescente praticava o crime há um ano, porém, a queixa só foi registrada no começo deste mês.

De acordo com o promotor de Justiça da 27ª Vara da Infância e da Adolescência, ao ser noticiado do fato convocou os diretores das escolas onde o garoto estudou e estuda atualmente. “Ouvi os dois diretores das escolas e a mãe do adolescente, que nunca teve passagem na Polícia, apesar de que isso não justifica a ação dele”, diz o promotor.

Harfouche informa que extorsão é crime e a pena para quem o pratica é de quatro a 10 anos de detenção. “Eu podia encaminhar o adolescente para a Unei, mas preferi aplicar algumas medidas para dar a ele uma oportunidade. Ele praticou violência moral e emocional que contam com os mesmos danos que uma agressão física”, explica Harfouche.

Há 15 anos Sérgio trabalha com um programa de ação preventiva de combate a evasão e violência escolar. “O projeto começou em Ponta Porã há 15 anos. Ele é aplicado nas escolas e consiste em um gabinete voltado para a educação que atende o diretor on line, em tempo real”, ressalta.

Sérgio conta que o adolescente mandava os outros meninos fazerem tarefa para ele, pedia lanche, tudo sob ameaça de bater nos meninos caso não o obedecessem. “Primeiro eu precisava ver se ele é infrator ou indisciplinado. A prática de ambos é a mesma, porém, o indisciplinado é safado, responde por uma medida sócio-educativa”.

Chorando e com muito medo, Sérgio conta que durante a interrogação o menino tremia, chorava e pedia pelo amor de Deus para não ser preso. “Ele pedia para não prendê-lo e que nunca mais faria isso. O medo da internação é um corretivo pior do que a própria internação”, observa o promotor que atua na área há 20 anos.

Com o dinheiro que recebia dos outros adolescentes o garoto, que cursa o 8º ano do ensino médio, conta que gastava para arrumar a bicicleta. “Ele não representa uma ameaça para a sociedade, ele se aproveitou de meninos mais fracos que ele para conseguir o que queria”, finaliza Sérgio.

Comente esta notícia


Colunistas LEIA MAIS