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Saúde Sexta-feira, 20 de Setembro de 2013, 16:25 - A | A

Sexta-feira, 20 de Setembro de 2013, 16h:25 - A | A

Ex-gestores do Hospital do Câncer dizem que fariam \"tudo de novo\"

Lucas Junot e Samira Ayub - (www.capitalnews.com.br)

A fase final da acareação entre os atuais e ex-diretores do Hospital do Câncer, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o sucateamento dos hospitais Universitário e do Câncer, para benefício de clínicas particulares de oncologia, foi marcada pelas considerações dos depoentes, nesta sexta-feira (20).

Após seis horas de acareação, com intervalo de apenas 10 minutos, Adalberto Siufi e Luiz Felipe Terraza, ex-gestores do Hospital do Câncer, disseram que “fariam tudo de novo” e tomaram para si a condição de provedores do tratamento de oncologia em Mato Grosso do Sul.

Em poucas palavras, Adalberto Siufi disse que se existe algo que referencie Mato Grosso do Sul no tratamento do câncer, é graças a ele e que, por esse motivo, “se tivesse que fazer tudo de novo, faria”. Ele ainda evitou falar com a imprensa e recomendou que todas as perguntas fossem feitas ao seu advogado, Renê Siufi.

Luiz Felipe Terrazas, ex-diretor do Conselho Curador, enalteceu-se de seus 40 anos em exercício da medicina e disse que “se hoje o Hospital do Câncer existe, é por causa de dois velhos teimosos que, em 1996, resolveram fazer alguma coisa em prol das pessoas que sofrem com a doença”.

Blener Zan, um dos ex-diretores do HC, avaliou que “só sofre esse processo todo quem está fazendo alguma coisa ou quem tentou fazer”. Zan disse que a vontade dele e da diretoria da instituição sempre foi de beneficiar o próximo, ou seja, os pacientes com câncer. “Todas as ações foram tomadas visando bem estar dos pacientes. Se erramos foi na tentativa de acertar”, concluiu.  “Abro meu sigilo fiscal e bancário pra que todos vejam não teve nenhum tipo de beneficio enquanto gestor do HC”, finalizou Zan.

Nova fase: O atual diretor da unidade hospitalar, Jeferson Baggio, considerou que a nova diretoria conseguiu a aprovação de três importantes projetos para o Hospital, como a equipe de assistência de oncologia em domicílio e a criação da usina de gases, ou seja, todo o oxigênio ou nitrogênio que é usado pelo Hospital é comprado por uma empresa terceirizada, com a instalação da usina o gás da atmosfera seria retirado e com isso haveria uma economia maior no Hospital.

O terceiro projeto é a instalação de uma equipe odontológica do Hospital que será ampliado para os pacientes internados. Baggio também citou algumas melhorias de infraestrutura e no atendimento ao paciente.

Carlos Coimbra, atual diretor do Conselho Curador do HC destacou que hoje o hospital vive uma fase de transparência, legalidade e na democratização das decisões. “As decisões não são mais individualizadas, são compartilhadas entre a diretoria executiva e o Conselho Curador, prestamos contas de tudo o que é feito no Hospital”, afirmou

Coimbra que ressaltou que todos são voluntários e que ninguém da atual gestão recebe algum tipo de benefício.

Segundo o diretor do Conselho, foi inaugurada uma Casa Apoio para receber pacientes do interior do Estado e que não tem onde se hospedar.

O presidente da CPI, o vereador Flávio César (PT do B), em suas considerações finais, afirmou que foram mais de seis horas de acareação marcados por muitos questionamentos, mas que o objetivo é garantir para a população de Campo Grande um sistema eficiente no tratamento oncológico. “Tudo que precisa ser apurado, está sendo apurado; tudo o que precisa levantar, está sendo levantado”, enfatizou o parlamentar.

Flávio César sinalizou que a Comissão ainda irá ouvir os ex-secretários municipais de Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Leandro Mazina, além de Beatriz Dobashi, ex-secretária estadual de Saúde. A Comissão tem até o dia 25 de novembro para encerrar os trabalhos de apuração. (matéria alterada às 17h23 para acréscimo de informações)

 

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