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Saúde Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2008, 08:51 - A | A

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2008, 08h:51 - A | A

Dia Nacional de Combate à Aids prioriza população idosa

Lucia Morel - Capital News

Nos últimos 23 anos, Mato Grosso do Sul apresentou 4.608 casos de pessoas com Aids. Esse total acumula 208,73 casos para cada 100 mil habitantes. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que hoje, em todo Estado, realiza ações de orientação sobre a doença que já matou mais de 192.709 pessoas até 2006 e contaminou mais de 474.273 brasileiros de 1980 a 2007.

Os casos notificados no ano de 2005 foram de 22,34 para cada 100 mil habitantes. Já em 2006, caiu para 15,62 e, no ano passado teve uma queda maior ainda, com incidência de 15,18. Para tentar fazer esses números caírem ainda mais, a SES, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, realiza hoje (1º), no Dia Nacional de Combate à Aids, ações de orientação e distribuição de preservativos até as 13 horas na Praça Ari Coelho.

Somente em Campo Grande, 2.715 casos foram notificados desde 1984 e destes, 256 são em pessoas com mais de 50 anos. Por conta disso, os idosos têm se tornado uma população vulnerável à contaminação pelo HIV, uma vez que têm aumentado o número de casos nessa faixa etária e neste ano, são o público alvo da Secretaria Municipal de Saúde no combate à doença.

De acordo com a coordenadora do Programa de DST/Aids aqui de Campo Grande, a médica Gisele Maria Brandão de Freitas, esta população acima dos 50 anos tem preocupado a Secretaria Municipal de Saúde por sua vulnerabilidade e pelo crescente número de notificações.

“Hoje, os idosos têm uma melhor qualidade de vida, assim como o acesso a remédios contra disfunção erétil, o que proporciona uma vida sexual ativa. Aliado aos aspectos culturais, como o preconceito contra o uso do preservativo, tem feito dos idosos uma população vulnerável”, argumentou a coordenadora.

O sexo masculino é o mais atingido numa proporção de dois homens para cada mulher. Mas assim como no âmbito nacional, os índices indicam a “feminilização da epidemia” com a proporção de15 homens para cada 10 mulheres.

Ainda assim, dados do Ministério da Saúde apontam que em todo Centro-Oeste, bem como nas regiões Sul e Sudeste, há a tendência de “estabilização” dos caso, devido ao uso maior de preservativo e maiores cuidados que a população tem tomado.

Outras cidades
A segunda maior cidade do Estado, Dourados, registrou nos últimos 23 anos, 300 casos de Aids; Três Lagoas teve 251 casos; Corumbá 228 ePonta Porã 127.

Sobrevida
O diagnóstico precoce, seguido do acesso a medicamentos anti-retrovirais e do acompanhamento clínico adequado contribuíram para aumentar a sobrevida dos pacientes, que nas regiões Sul e Sudeste dobrou entre 1995 e 2007. O tempo médio de sobrevida saltou de 58 meses para mais de 108 meses no período.

Estudo encomendado pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde acompanhou cerca de dois mil adultos diagnosticados entre 1998 e 1999. Mais da metade deles (60%) continuaram vivos por, no mínimo, 108 meses depois do diagnóstico. Pesquisa semelhante feita com outro grupo de pacientes diagnosticados entre 1995 e 1996 apontou que metade desses permanecia viva por apenas 58 meses após a confirmação da doença.

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