Doar medula é mais fácil e menos dolorido do que se parece. O assunto que para muitos ainda é tratado com tabu é prioridade para quem está à espera de doações. Segundo a responsável pelo setor de doção de medula do Hemosul, Lucéia Maria Fernandes as chances de encontrar um doador compatível dentro do Estado são de uma em 100 mil. No Brasil, o número é de uma para um milhão.
De acordo com Lucéia para ser doador de medula é preciso apenas fazer um cadastro, onde é coletado 5 ml de sangue, que será levado para um laboratório para ser feita uma triagem, logo após esse procedimento é preciso da autorização da pessoa para a inclusão de seus dados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Ela explica que se os dados de um doador foram compatíveis com os de alguém que está na lista espera ambos são encaminhados ao Centro de Transplante mais próximo onde será realizado a coleta, no caso de Campo Grande, os pacientes são encaminhados à São Paulo, Rio de Janeiro ou Curitiba. “É realizada de duas formas, ambas como procedimentos cirúrgicos, um com a retirada com agulha do osso da bacia ou é ministrado medicamento para que as células da medula caiam na corrente sanguínea, sendo colhidas por equipamento específico.”, explica Lucéia.
O procedimento não afeta a vida do doador, segundo a responsável. “Depois de colhido o material, o organismo o repõe em apenas uma semana”. A utilização de medula óssea, entre outras aplicações, é no tratamento da leucemia, que causa diminuição da produção de glóbulos brancos no organismo, com a consequente queda na defesa natural do corpo.
Em 2008, foram inseridos 16.930 novos possíveis doadores no Redome. Até o final do ano passado, havia 43 mil sul-mato-grossenses cadastrados, sendo que, no Brasil, o número chega a 870 mil cadastros. Um número muito maior que os de 2007, onde foram inseridos 9.800 nomes de possíveis doadoresA administração das informações é feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A divulgação da doção de medula é feita nos centros de coleta de sangue, onde os doadores sanguíneos são convidados a serem voluntários na doação de medula também. Este ano não houve muita procura, mas de acordo com Lucéia em fevereiro começam as campanhas de divulgação.
Os órgãos que realizam o exame e cadastro de doadores voluntários de medula óssea são: Central Estadual de Transplantes, Hemosul, Santa Casa de Campo Grande, Hospital Regional e Hospital Universitário, além dos hemocentros de Dourados e Ponta Porã.
A Central Estadual de Transplantes funciona na Avenida Afonso Pena, 3.547. Mais informações pelo telefone 3312-1400.