Campo Grande 00:00:00 Segunda-feira, 12 de Maio de 2025


Rural Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008, 09:42 - A | A

Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008, 09h:42 - A | A

União Européia suspende a importação de carne brasileira

Estadão

A União Européia informou nesta quarta-feira, 30, que está suspendendo por tempo indeterminado toda a importação de carne bovina brasileira. A decisão foi tomada depois de uma disputa em relação ao número de fazendas que o Brasil teria direito de certificar. Os europeus indicaram que poderiam aceitar a carne de 300 propriedades, entretanto, o País apresentou uma lista com 2.861 propriedades.

A Europa enviará uma nova missão veterinária no próximo dia 25 de fevereiro ao Brasil, para novas vistorias. Até a conclusão do relatório sobre estas vistorias nenhuma carne nacional poderá entrar no mercado europeu. O Itamaraty já prevê a interrupção das exportações brasileiras por cerca de 2 meses, o que causará prejuízos incalculáveis ao País.

A lista do governo tem mais de 2,6 mil fazendas credenciadas. "Isso é bem mais do que havíamos dito", revelou ao Estado uma funcionária próxima à cúpula da Comissão Européia. No fim do ano passado, Bruxelas anunciou que estava impondo novos limites às exportações brasileiras por questões sanitárias. Os europeus estabeleceram várias normas e anunciaram que dariam o sinal verde a apenas 300 fazendas.

O governo brasileiro passou a verificar cada uma das fazendas e, pelos critérios exigidos pelos europeus, certificou mais de 2,6 mil propriedades. A avaliação do governo é de que, se todas cumprem os requisitos, não caberia ao Ministério da Agricultura selecionar 3% delas. "Como faríamos para selecionar uma fazenda e não a outra se estão em condições de igualdade?", pergunta um funcionário do ministério em Brasília.

Na terça-feira, falando a fazendeiros irlandeses, a comissária de Agricultura da UE (uma espécie de superministra para os 27 países do bloco) insistiu que estava tomando as iniciativas adequadas para garantir a qualidade da carne brasileira. "Se eles (brasileiros) querem exportar para nós, precisam atender a um padrão. Esse padrão é o que os europeus demandam."

Os irlandeses, produtores que mais sofrem com a concorrência, pedem um embargo total do produto brasileiro e protestaram contra a lista brasileira. Fischer Boel alertou aos irlandeses que a Europa também precisa ser "justa", e a resposta de Bruxelas ao problema precisa ser "proporcional". "Não podemos impor um embargo total à carne brasileira, salvo se essa for a única solução viável."

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS