O senador Valter Pereira (PMDB-MS) defendeu em Plenário, nesta quinta-feira (19), a adoção, pelo governo, de medidas que garantam a liquidez do setor agropecuário brasileiro. Ele comentou a audiência pública realizada na última terça-feira (17) pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, da qual é presidente, em que foram ouvidos representantes dos frigoríficos.
Segundo o senador, eles apontaram alguns gargalos que precisam ser removidos, como a questão dos créditos tributários, que têm sido retidos por até mais de seis meses, pela Receita Federal; os prazos das operações de crédito, que foram reduzidos de 180 para 30 dias; e os juros desses adiantamentos, majorados de 5% para 13%.
Valter Pereira relatou que estiveram presentes à comissão os senhores Roberto Gianetti e Péricles Salazar, respectivamente presidentes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo); bem como o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Para o senador, o evento ganhou relevo por ter sido a primeira iniciativa de debater abertamente os prejuízos dos pecuaristas e as dificuldades dos frigoríficos.
- Os produtores querem receber aquilo que venderam - explicou Valter Pereira. - Eles venderam animais para os frigoríficos e muitos têm altas somas de créditos que estão com pagamentos atrasados, e que não sabem se vão receber ou se vão perecer. Os frigoríficos precisam quitar as dívidas. Afinal, foram contraídas na aquisição de animais que foram abatidos e comercializados.
O senador Valter Pereira disse que essa situação vem gerando uma inquietação grande, porém justa. Ele ressaltou que o setor responde por 34% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e sua instabilidade representaria sério risco para a economia do país.
Valter Pereira ressaltou que a crise econômica se concretiza em falta de liquidez nesse setor produtivo. Disse que, quando o governo retém, por tempo indefinido, créditos obtidos com a exportação, contribui para o aprofundamento dos problemas. Segundo o senador, os valores retidos pelas autoridades fazendárias alcançam R$ 600 milhões, enquanto a inadimplência dos frigoríficos que estão sob regime de recuperação judicial é da ordem de R$ 500 milhões.
O senador disse que aguarda novas informações, que o presidente da Abiec ficou de enviar à comissão, para que os senadores possam discutir e apressar as medidas necessárias à defesa dos produtores, da agricultura, da exportação e dos frigoríficos. (Assessoria)
