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Rural Domingo, 08 de Março de 2009, 10:36 - A | A

Domingo, 08 de Março de 2009, 10h:36 - A | A

Semeadura de milho safrinha após 10 de março prejudica produtividade

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Essa data determina o fim do período em que o milho tem risco de cultivo inferior a 20% em relação à falta de chuvas e inferior a 40%, em relação a geadas.

A partir de 10 de março, à medida que é atrasada a semeadura do milho aumentam as possibilidades de redução de produtividade, em função da limitação de chuvas no período de florescimento das plantas e formação dos grãos.

De acordo com o pesquisador Claudio Lazzarotto, nesta safra, deverá ser dada atenção muito especial ao cultivo do milho safrinha, em função da grande quantidade de área que ainda está ocupada pela soja e pela forte estiagem que se estende sobre o estado. “A seca dos meses de novembro e dezembro, principalmente, provocou atraso na semeadura da soja, o que obviamente provoca atraso na semeadura do milho”, explica.

Ele enfatiza que, para as áreas onde ainda não foi semeado o milho safrinha, é preciso que o agricultor e a assistência técnica analisem rigorosamente as possibilidades, os riscos e as desvantagens da semeadura depois do prazo de recomendação. “É preciso pensar a agricultura como um sistema de produção, não apenas como uma oportunidade imediata de algum lucro. É aconselhável estudar, em cada caso, se cultivos alternativos como o trigo, a aveia e o sorgo, que são semeados em abril, não são mais lucrativos do que o milho”, explica Lazzarotto.

Segundo o pesquisador, em condições de solo e clima ruins, não plantar pode ser mais lucrativo do que plantar. “E, em época de crise, baixa lucratividade, e descapitalização, todas as possibilidades podem convergir para uma maior rentabilidade do uso do solo”, diz.

Clima

O milho safrinha, quanto mais tardiamente semeado, mais sujeito está à falta de chuvas no período em que as plantas mais necessitam delas: na floração e na formação dos grãos.

Historicamente, maio é o último mês em que as necessidades de água do milho são atendidas pelas chuvas ocorrentes. Em junho, chove apenas a metade do que as plantas necessitariam. Em julho, a pluviosidade média histórica, atende apenas 30% do que o milho necessita.

Os números relativos à chuva bastariam para representar um grande empecilho para o cultivo do milho após o dia 10 de março, mas há ainda a temperatura. As possibilidades de geada são da ordem de 75% para a segunda quinzena de julho e, de 30% na segunda quinzena de junho, quando as geadas são mais intensas e prejudiciais.

Dados meteorológicos de Dourados mostram que o potencial produtivo do milho, em relação ao volume médio de chuvas no período de cultivo, é de 4.960 kg por hectare. A média de produção da região está em torno de 3.500 kg/ha, o que significa que algum fator de ordem climática, tecnológica ou do solo está impedindo a obtenção de melhores produtividades com o milho safrinha. (Com informações da Embrapa)

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