Os produtores de soja de Mato Grosso do Sul vivem um bom momento com os altos preços do grão no estado. Nesta terça-feira (24), a saca de 60 quilos está cotada a R$ 76,50 em São Gabriel do Oeste e Maracaju e chega a R$ 77 em Ponta Porã e Campo Grande. "Nunca se viu preços tão altos quanto esses praticados no mercado", afirmou ao Agrodebate o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), Almir Dalpasquale. No porto de Paranaguá (PR), a saca de 60 quilos chegou a R$ 85 na última semana. Na Bolsa de Chicago, a oleaginosa atingiu o valor de US$ 17,57 por bushel (equivalente a 27,2 quilos).
Especialistas afirmam que a quebra na safra nos Estados Unidos, que é o maior produtor de soja do mundo, impactou na valorização do produto no mercado. Relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA - sigla em Inglês) apontam que a forte seca que atingiu as lavouras do país norte-americano devem fazer com que os produtores colham 4,5 milhões de toneladas do grão a menos.
Dal Pasquale afirma que os altos preços do grão refletem em um otimismo do setor para a safra 2012/2013, que começa a ser plantada em Mato Grosso do Sul na segunda quinzena de setembro.
"Os investimentos da próxima safra já foram feitos, mas certamente os produtores mais capitalizados estão buscando a ampliação de áreas por conta do bom momento da soja no mercado", explicou o presidente da Aprosoja. O Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2012/2013, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no final do mês de junho, prevê recursos na ordem de R$ 115 bilhões para a agricultura empresarial.
Desse montante, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização e R$ 28,2 bilhões para os programas de investimentos. Se comparado ao plano da safra anterior, o incremento nos recursos foi de 7,5%. Em Mato Grosso do Sul, os produtores de soja estão liberados para o plantio do grão a partir do dia 15 de setembro.
O fim do vazio sanitário foi antecipado pelo Governo do Estado. O objetivo é ajustar o calendário seguido pelos estados vizinhos de Mato Grosso, Paraná e São Paulo. A alteração do prazo foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 12 de julho. O novo texto estabelece o vazio sanitário no período de 15 de junho a 15 de setembro, quando fica proibido o cultivo da soja para a prevenção da praga conhecida como Ferrugem Asiática.