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Rural Sábado, 07 de Novembro de 2009, 08:12 - A | A

Sábado, 07 de Novembro de 2009, 08h:12 - A | A

Produtor de leite recebe informação para alimentar rebanho na seca

Da Redação (AP)

Produtores de leite de pequena escala de produção de dois municípios de Mato Grosso do Sul receberam informações sobre como suplementar a alimentação do gado bovino no período de estiagem e reduzir o gasto com a compra de insumos nesse período. As orientações, com base em princípios agroecológicos, foram repassadas em dois dias de campo vinculados ao projeto “Bases científicas e tecnológicas para o desenvolvimento da agricultura orgânica no Brasil”, promovidos pela Embrapa Pantanal em Anastácio e Itaquiraí, entre o final de outubro e início de novembro.

O uso de recursos forrageiros alternativos disponíveis para a produção de feno com o secador solar foi uma das tecnologias transferidas para aproximadamente 20 produtores de Anastácio. Neste município, o evento teve a parceria da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), campus de Aquidauana. A universidade coordena o programa Rio de Leite, que busca a capacitação técnica aplicada à pecuária leiteira desenvolvida em Mato Grosso do Sul.

Em Itaquiraí, o dia de campo se chamou ”Conservação de forrageiras protéicas para alimentação de ruminantes no período de estiagem” e atraiu 33 agricultores. O evento foi realizado em parceria com a Prefeitura de Itaquiraí e com a Secaf (Consultoria e Assessoria para Agricultura Familiar).

Os pesquisadores Frederico Lisita e Thierry Tomich, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, explicaram que os dias de campo buscaram incentivar o uso de recursos já disponíveis na propriedade para suplementar a alimentação dos animais no período de estiagem. Segundo eles, com o aproveitando de recursos forrageiros regionais e de resíduos agrícolas é possível reduzir a compra de insumos para a produção leiteira durante o período seco do ano.

Informaram ainda que um desses recursos, a mandioca, é comum nessas propriedades, principalmente em Itaquiraí, onde grande parte dos produtores de leite produzem a raiz para fornecer à indústria. A demanda por informações sobre a suplementação alimentar durante a seca partiu dos próprios produtores rurais. A equipe da Embrapa Pantanal explicou como produzir feno e silagem. “O feno é mais fácil de produzir, embora dependa muito de condições ambientais favoráveis. Já a silagem exige mais tecnificação do produtor e uma assistência mais capacitada. Empregando essas estratégias de conservação para forrageiras protéicas, o agricultor pode reduzir a necessidade de compra da ração farelada durante a seca”, disse Thierry.

Apoio 

A Embrapa Pantanal conseguiu realizar os dois dias de campo porque obteve recursos do PAC-Embrapa (Plano de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa). Além das viagens, o PAC vai financiar a impressão de uma publicação da Série Embrapa e de pelo menos um folder sobre as estratégias para alimentação do gado durante a seca seguindo bases agroecológicas de produção. Além disso, a atuação em Itaquiraí, município fora da área de abrangência da Embrapa Pantanal, só foi possível porque os dois dias de campo foram vinculados ao Macroprograma 1 da Embrapa, que reúne pesquisas para o desenvolvimento da agricultura orgânica no país e tem alcance nacional.

Também participaram dos dias de campo o assistente Oslain Branco e a estagiária Roberta Martins. Desde 2007 a equipe da da Embrapa Pantanal vem realizando na região de Corumbá um intenso trabalho de transferência de tecnologia sobre a produção de feno para a suplementação alimentar do gado durante a seca. O pesquisador Frederico Lisita coordena projetos nesta área em assentamentos rurais da região com apoio da Petrobras, do CNPq e da Embrapa.

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