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Rural Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009, 08:16 - A | A

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009, 08h:16 - A | A

Pantaneiro, um cavalo à prova d’água

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Uma das maiores extensões úmidas e contínuas do planeta, conhecida pela grande diversidade de sua flora e fauna, o Pantanal, é berço de uma espécie de cavalo que se destaca por ser “à prova d’água”. Trata-se do cavalo pantaneiro, raça que tanto durante as cheias quanto à seca, está pronta para atender a população local em todas as necessidades: carregar carga, puxar barcos nos rios, cavalgar e até mesmo, disputar torneios. A fama tornou o animal conhecido no Brasil e no mundo. Seu comércio está cada vez mais fomentado.

O que mais chama a atenção no cavalo pantaneiro é a sua capacidade de permanecer seis meses com as patas submersas, durante as cheias no Pantanal. “Ao contrário de outras raças, o casco dele apenas amolece dentro da água, mas não cai. Na seca ele volta a endurecer de novo”, conta o vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pantaneiro, Cristóvão Afonso da Silva.

Dono de um plantel com 110 animais em Poconé (MT), o manejo do pantaneiro é uma tradição herdada de seu avô, criador dos primeiros animais da família. Atualmente, Silva trabalha no melhoramento genético do animal, além de fornecer cavalos para o turismo, competições e leilões.

Seleção natural

Silva explica que a versatilidade é um dos pontos fortes desse animal. No Pantanal, não é raro vê-lo sendo utilizado para puxar barcos durante a seca, quando as embarcações não conseguem flutuar no rio. Nas comitivas, ele agüenta até 120 dias de estrada e com suplementação alimentar, esse tempo pode aumentar para 150 dias.

Tanta resistência é fruto de uma adaptação natural do cavalo ao clima do Pantanal. Introduzido na região durante a Guerra do Paraguai, os cavalos pantaneiros foram muito usados pelos índios Guaicurus. Hoje, após o processo de seleção natural, o cavalo é considerado meio anfíbio, sendo o único capaz de puxar capim de dentro das águas para a própria alimentação.

Mas não é só no dia a dia dos pantaneiros que a raça se destaca. O cavalo também é muito utilizado nos esportes, principalmente em provas de rédeas. Por ser dócil, é frequente nas pousadas onde os turistas podem cavalgá-lo sem medo, ou em escolas de ecoterapia.

No Brasil, existem cerca de 110 mil cavalos pantaneirosRaça

No Brasil, existem cerca de 110 mil cavalos pantaneirosO cavalo pantaneiro tem porte médio, corpo alongado e crina curta. Possui os sentidos muito aguçados, principalmente a visão, graças à angulação dos olhos.

Sua alimentação é barata, já que por ser criado no campo, se alimenta basicamente de gramíneas. Mas a complementação com ração também é benéfica.

Atualmente, existem no Brasil cerca de 110 mil cavalos pantaneiros, localizados principalmente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Acre e Rondônia.

O custo aproximado de um animal é de R$ 16 mil, mas alguns exemplares já ultrapassaram os R$ 50 mil nos leilões. “Em algumas fazendas você consegue comprar uma égua por R$ 8 mil. Aí é só fazer o melhoramento genético da raça para ter um rebanho com mais qualidade”, sugere Silva. (Fonte: Camponews)

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